O líder do PCP afirmou-se esta segunda-feira de “consciência tranquila” com a sua forma de fazer política, sem se servir a si próprio, ao comentar os riscos de casos como o do bloquista Ricardo Robles.

“Tenho esta tranquilidade imensa de continuar a fazer política da forma como aprendi: procurar resgatar o que de mais nobre tem a política, que é servir os interesses dos trabalhadores e do povo e não me servir a mim próprio”, afirmou Jerónimo de Sousa, secretário-geral comunista, após uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Num primeiro momento, Jerónimo recusou-se a falar sobre a demissão de Ricardo Robles de vereador do BE na Câmara de Lisboa, devido à polémica com a compra de um prédio em Alfama, dizendo que não foi esse o tema da audiência com Marcelo e até se afastou ligeiramente do microfone. Mas depois, questionado sobre os riscos “sistémicos” de o PCP também ser afetado pelo caso, o secretário-geral do PCP respondeu com ar grave e rematou com a frase: “Eu tenho a consciência perfeitamente tranquila.”

Ricardo Robles anunciou esta segunda-feira a sua renúncia como vereador do BE da Câmara de Lisboa, afirmando ser “uma decisão pessoal” com o “objetivo de criar as melhores condições para o prosseguimento da luta do Bloco pelo direito à cidade”.

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“Um enorme constrangimento”. Ricardo Robles renuncia ao mandato na Câmara de Lisboa

Em causa está uma notícia avançada na edição de sexta-feira do Jornal Económico, que dá conta que em 2014 o autarca adquiriu um prédio em Alfama por 347 mil euros, que foi reabilitado e posto à venda em 2017 avaliado em 5,7 milhões de euros.