As exportações de Moçambique cresceram no primeiro trimestre do ano, tendência verificada igualmente no endividamento de privados no exterior, de acordo com os mais recentes dados da balança de pagamentos do país.
Nas parcelas da balança de pagamentos, destaca-se a subida de 20% das exportações de bens face ao mesmo período de 2017, superando o crescimento de 6% das importações, lê-se no balanço semestral do Plano Económico e Social do Governo, disponibilizado pelo Ministério da Economia e Finanças.
Esta tendência ter-se-à mantido mesmo depois do primeiro trimestre, de acordo com novos dados, entretanto avançados pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário, num discurso na Feira Internacional de Maputo, na segunda-feira. Segundo referiu, as exportações atingiram 2.500 milhões de dólares (2.140 milhões de euros) no final do primeiro semestre de 2018, um crescimento de 42% face ao período homólogo.
Ainda dentro da balança de pagamentos, a avaliação do Plano Económico e Social do Governo analisa outra componente: os fluxos financeiros. O documento nota que “durante o primeiro trimestre de 2018, os fluxos financeiros entre a economia moçambicana e o resto do mundo contribuíram para o agravamento da posição devedora em 15,3% ao se fixar em 896 milhões de dólares [768 milhões de euros]”.
“A contratação de empréstimos por parte de entidades privadas nacionais perante entidades não residentes constituiu, no período em análise [primeiro trimestre de 2018] a principal fonte de financiamento à atividade económica nacional, ao incrementarem em mais de 100%”, refere. O cenário contraria assim, “a tendência dos últimos períodos, onde o IDE [Investimento Direto Estrangeiro] tem sido a maior fonte de financiamento”. O balanço semestral do Plano Económico e Social do Governo nota, que, no período em análise, “os recursos para investimentos na forma de IDE registaram um abrandamento na ordem de 54.7%”.
Contas feitas todas as parcelas, a balança de transações correntes registou um agravamento de 18.9% em relação ao primeiro trimestre de 2017. Este agravamento é explicado no documento “sobretudo pelo incremento do défice da conta parcial de serviços em 70.7%, resultante da contratação de serviços especializados no quadro dos projetos de exploração de gás na bacia do Rovuma”. “Excluindo os grandes projetos, o défice da conta corrente reduz-se em 3,1%”, acrescenta o balanço do Plano Económico e Social do Governo.