O líder dos trabalhistas britânicos, Jeremy Corbyn, garante que se os congressistas reunidos na próxima conferência anual do partido quiserem um novo referendo ao Brexit, ele irá defendê-lo. Corbyn deixa o ónus sobre os membros do partido, mas o sinal está dado: o partido trabalhista, onde se incluem defensores da saída e, também, da permanência na União Europeia, pode aproveitar o momento de fragilidade de Theresa May e do partido conservador — onde se admitem eleições antecipadas — para tornar-se o maior partido defensor de nova consulta popular.

Na véspera do congresso do partido trabalhista, Corbyn afirmou que a sua ação é “definida pela democracia que existe no partido” — pelo que irá “aderir” a qualquer decisão que venha a sair deste encontro. Corbyn explicou que, na sua opinião, seria preferível pedir eleições antecipadas, mas se a decisão dos congressistas for no sentido de pedir um segundo referendo, esse será o cenário pelo qual o líder trabalhista irá lutar nos próximos tempos.

A declaração, citada pela imprensa britânica, marca uma inversão da posição oficial de Corbyn, que sempre disse que queria respeitar o resultado do referendo de junho de 2016. Corbyn, que foi uma voz pouco ativa durante a campanha do Brexit, tem estado sob pressão de uma ala significativa do partido para que os trabalhistas defendam uma nova consulta popular no momento em que se conhecer o resultado das negociações em curso entre o governo de May e Bruxelas.

Um segundo referendo é o cenário preferido pela maioria dos trabalhistas britânicos — segundo uma sondagem recente, mais de 75% dos trabalhistas querem esse segundo referendo. Mas a liderança do partido tem hesitado em pedir essa nova consulta popular porque houve vários municípios controlados pelo partido que votaram, maioritariamente, pela saída.

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