A liderança dos senadores republicanos aceitou adiar uma semana a votação final para confirmar o juiz Brett Kavanaugh para o Supremo Tribunal, avança o The New York Times. A decisão terá sido tomada numa reunião à porta fechada entre o Comité Judicial do Senado e o senador Mitch McConnell, líder dos Republicanos no Senado.

A decisão foi tomada depois de uma sexta-feira de suspense no Comité Judicial. O senador republicano Jeff Flake tinha dito inicialmente que daria luz verde a Kavanaugh, mas acabou por, no final da sessão, sugerir que a votação final no Senado fosse adiada uma semana para que o FBI pudesse investigar as alegações levantadas por Christine Blasey Ford, que acusa o juiz de ter tentado abusar sexualmente dela numa festa há 35 anos, quando ela tinha 15 anos e ele 17. Ford e Kavanaugh foram ambos ouvidos no Senado.

Esta sexta-feira, o Presidente Donald Trump declarou que a decisão de adiar ou não a votação pertencia inteiramente ao Senado. “Eu apoiar-me-ei totalmente no que [o senador presidente do Comité Judicial Chuck] Grassley e o grupo decidirem fazer”, declarou. “Eles têm de fazer o que acham que está certo. Eles têm de estar confortáveis.”

Esta decisão de adiar a votação e avançar com uma investigação deixa a confirmação de Kavanaugh menos segura do que estava no dia anterior. Ao todo, quatro senadores ainda não revelaram a sua intenção de voto, entre eles duas senadoras republicanas — Susan Collins, do Maine, e Lisa Murkowski, do Alasca. Flake também fez o seu voto depender da realização desta investigação e do adiamento da sessão.

Os republicanos têm atualmente 51 votos na câmara alta do Congresso norte-americano, contra 47 dos democratas e 2 independentes (Bernie Sanders e Angus King, geralmente alinhados à esquerda). O processo de nomeação de um juiz conservador para o Supremo Tribunal era de extrema importância para os republicanos, já que assim conseguiriam uma maioria de cinco votos conservadores no Supremo conta quatro. Este objetivo político, contudo, está agora ensombrado no caso de Kavanaugh. E torna-se particularmente delicado com a proximidade de eleições intercalares para o Congresso, marcadas para 6 de novembro.

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