Mais de 400 pessoas ficaram feridas, 14 em estado grave, nos bloqueios organizados em França pelos “coletes amarelos” contra o aumento dos impostos dos combustíveis e a diminuição do poder de compra, anunciou hoje o ministro do Interior francês.

Os “coletes amarelos”, numa referência aos coletes amarelos que todos os automobilistas devem ter nos automóveis para se tornarem visíveis, iniciaram os protestos no sábado de manhã.

Este novo balanço tem em conta uma noite “agitada em determinados locais” de bloqueios rodoviários, precisou o ministro do Interior francês, Christophe Castaner.

O incidente mais grave do protesto foi a morte, no sábado, de uma manifestante atropelada nos Alpes franceses.

Cerca de 3.500 pessoas mantiveram-se mobilizadas durante a noite em “87 locais diferentes”.

O número de participantes foi revisto em alta para um total de 287.710 pessoas em 2.034 locais, segundo Castaner.

As forças da ordem interpelaram 282 pessoas, incluindo 73 durante a noite, das quais 157 foram detidas.

Segundo Castaner, registaram-se 409 feridos, dos quais 14 em estado grave.

“Vinte e oito polícias, agentes da guarda, ‘motards’ e bombeiros ficaram feridos, alguns em estado greve”, disse, adiantando que a noite passada “foi agitada”, com agressões e navalhadas e muito álcool em determinados locais, provocando “comportamentos idiotas que podem resultar em violência”, disse o ministro.

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Os “coletes amarelos” são um movimento cívico à margem de partidos e sindicatos criado espontaneamente nas redes sociais e alimentado pelo descontentamento da classe média-baixa.

O movimento, que alargou os protestos contra a carga fiscal em geral, é um novo obstáculo para o Executivo de Emmanuel Macron, que decidiu aumentar os impostos dos combustíveis para promover a transição energética.

O Governo decretou um aumento dos impostos dos combustíveis de 7,6 cêntimos por litro para o ‘diesel’ e de 3,9 cêntimos para a gasolina e, a partir de janeiro, serão aplicadas taxas adicionais a estes produtos de 6 e de 3 cêntimos, respetivamente.

Os “coletes amarelos” têm o apoio de 74% da população francesa, segundo uma sondagem publicada na passada sexta-feira.