O Papa Francisco disse esta sexta-feira de manhã que os padres que abusam de menores têm de se entregar às autoridades e preparar-se para enfrentar “a justiça divina”, escreve a CNN. Estas foram as palavras mais pesadas do Papa tendo conta a crise dos abusos sexuais que tem assolado a Igreja Católica.

Para aqueles que abusam de menores, deverei dizer isto — convertam-se e entreguem-se à justiça humana, e preparem-se para a justiça divina.

No seu discurso anual de Natal, o Papa agradeceu aos media por terem exposto crimes sexuais na Igreja e por terem encorajado os sobreviventes a falar. “A Igreja pede para que as pessoas não fiquem em silêncio, já que o grande escândalo neste assunto é o encobrimento da verdade”, disse. “Que fique claro que, perante estas abominações, a Igreja não poupará esforços para fazer tudo o que for necessário para levar à justiça quem cometeu tais crimes”, continuou.

O Papa tem estado debaixo de imensa pressão para agir de forma decisiva na sequência das contínuas revelações que têm sido feitas. Nos últimos dez anos, como já antes escreveu o Observador, os crimes de abuso sexual contra menores, cometidos por milhares de padres, transformaram-se numa das maiores crises da Igreja Católica e a resposta da hierarquia da Igreja tem sido lenta e alvo de várias críticas.

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O que é que a Igreja está (mesmo) a fazer para acabar com os abusos sexuais?

Esta não é a primeira vez que o Papa Francisco fala sobre a problemática dos crimes sexuais. Em setembro, a bordo de um avião que o levou de Tallin a Roma no final de uma viagem de quatro dias pelos países bálticos, disse, perante jornalistas, que “nos tempos antigos” os abusos sexuais eram frequentemente encobertos — não apenas na Igreja Católica, mas também no interior das famílias.