O governo de Pedro Sánchez vai ordenar esta sexta-feira a exumação dos restos mortais de Francisco Franco da basílica do Vale dos Caídos, apesar da oposição de alguns setores da Igreja e também da família do ditador que governo Espanha entre 1939 e 1975, o ano da sua morte.

A notícia é avançada pela agência EFE, que cita um comunicado governamental. De acordo com o que é avançado por aquela fonte, a “exumação dos restos mortais de Francisco Franco não depende nem da autorização dos familiares nem da autorização da Igreja, mas sim de uma mandado legal”.

No mesmo comunicado, é também negada a possibilidade de os restos mortais de Francisco Franco serem levados para um jazigo na catedral La Almudena, no centro de Madrid, conforme a família do ditador tinha referido ser sua vontade no caso de a exumação ser levada para a frente.

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“A inumação em dito lugar [catedral de La Almudena] levaria a evidentes riscos para a ordem pública, para a segurança cidadão e para a mobilidade tanto dentro como à volta da catedral, implicando uma ameaça séria e significativa para os direitos e liberdades dos cidadãos”, lê-se na nota emitida pelo governo de Pedro Sánchez. O executivo diz ainda  que “também não pode admitir a exaltação que representaria manter novamente a campa de Francisco Franco num local acessível e aberto ao público e com as características da catedral de La Almudena.

De acordo com o El Español, o governo explica ainda que será dado “um novo prazo de 15 dias à família [de Francisco Franco] para que assinalem um novo lugar de inumação que cumpra os requisitos que permitam garantir a ordem pública e segurança cidadão para o necessário respeito dos direitos e liberdades”.

A exumação de Francisco Franco tem sido um tema recorrentemente levantado nos últimos anos da democracia espanhola, mas nenhum Governo o levou tão longe quanto o de Pedro Sánchez. Durante o governo José Luis Zapatero, uma comissão de especialistas cujo trabalho resultou na Lei da Memória Histórica, aconselhou a exumação de Francisco Franco da basílica do Vale dos Caídos.

Mais recentemente, em maio de 2017 e também em setembro de 2018, o Congresso dos Deputados aprovou a exumação dos restos mortais do ditador espanhol. Nesta última votação, a medida teve luz verde, apesar da abstenção do PP e do Ciudadanos e de apenas dois votos contra.

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