Uma equipa de cientistas internacionais, em colaboração com o Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), no Porto, descobriu uma nova Super Terra a  “apenas” oito anos-luz de distância do sistema solar, informou esta terça-feira o instituto portuense em comunicado.

Segundo o IA, este exoplaneta — planeta que não orbita o Sistema Solar — terá três vezes a massa da Terra, será rochoso e “orbita a estrela Gliese 411 (Gl411), na constelação da Ursa Maior”. A equipa de investigadores, da qual fazem parte dois portugueses, “concentrou-se em particular nos exoplanetas que orbitam estrelas anãs vermelhas, cuja massa é inferior a metade da massa do Sol”, refere a nota de imprensa. As estrelas anãs vermelhas “representam 80% das estrelas da nossa galáxia”.

O comunicado esclarece também que apesar de a estrela Gl411 ser uma anã vermelha, e, por isso, “menos quente que o Sol”, o Super Planeta consegue receber cerca de 3,5 vezes mais radiação que a Terra recebe do Sol, o “que o coloca fora da zona de habitabilidade, sendo provavelmente mais parecido com Vénus”.

A equipa internacional que conduziu a investigação instalou-se em França, utilizando o espetrógrafo Sophie no telescópio do Observatório de Haute-Provence para detetar a Super Terra. Os cientistas acreditam que este novo planeta seja rochoso e que demore apenas 13 dias terrestres para completar a órbita.

Segundo Olivier Demangeon, um dos investigadores do IA e da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, esta descoberta é bastante importante porque “reforça claramente a ideia de que a maioria das estrelas que vemos no céu tem planetas à volta”. Foi também neste telescópio que “em 1995, Michel Mayor e Didier Queloz descobriram o primeiro exoplaneta à volta de uma estrela do tipo solar”, refere o comunicado.

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