O governo austríaco recusou esta quinta-feira a possibilidade de repatriar os seus nacionais que tenham combatido na Síria ao lado do grupo extremista Estado Islâmico (EI) para julgá-los, como pediu o Presidente dos Estados Unidos no domingo.

“Não vamos fazer nada para trazer para a Áustria pessoas que tenham participado ou apoiado atrocidades terroristas no estrangeiro”, disse o ministro do Interior, o ultranacionalista Herbert Kickl, na sua conta na rede social Facebook.

Não penso que devamos importar terroristas e simpatizantes do EI que representam uma bomba relógio para a nossa população”, afirmou.

Para Kickl, “a segurança da população austríaca é o mais importante”.

O Presidente dos EUA, Donald Trump, exigiu no domingo aos seus aliados europeus que se responsabilizem pelos seus nacionais membros do EI e capturados na Síria pelas milícias curdas, que devem responder perante a justiça do seu país.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Estes combatentes estrangeiros do EI são prisioneiros das Forças Democráticas da Síria (FDS), uma aliança armada liderada por milícias curdas que diz ter detidos mais de 1.300 ‘jihadistas’ estrangeiros.

As FDS lideram desde setembro uma ofensiva contra os últimos redutos do EI na Síria, com a cobertura aérea da coligação internacional e o apoio das tropas norte-americanas no terreno.

Aquelas forças dizem que não têm “tribunais reconhecidos” para julgar estes prisioneiros e alertam que, se nem os seus países de origem nem a ONU se encarregarem deles, poderá ter de libertá-los.

Segundo as autoridades austríacas, até 300 cidadãos da Áustria poderão ter-se juntado ao EI nos últimos anos, embora se estime que muitos tenham morrido e outros regressado.

O ministro do Interior alemão manifestou-se na quarta-feira disposto a deixar regressar à Alemanha cidadãos que combateram nas fileiras do grupo extremista Estado Islâmico e famílias, caso não existam dúvidas sobre a sua identidade e não suponham riscos de segurança.