Marcelo Rebelo de Sousa diz que não fala sobre a greve dos enfermeiros até sair a decisão do Supremo Tribunal Administrativo, mas não resistiu a enviar indiretas, nem a fazer apartes sobre a situação. O Presidente da República cruzou-se com a bastonária da Ordem dos Enfermeiros e, a meio de uma troca de abraços e beijos, fez-lhe uma pergunta quase ao ouvido que as câmaras da SIC captaram: “Como é que resiste tanto tempo?“. Antes da pergunta, Marcelo já tinha feito outra alusão à atenção mediática que é dada a Ana Rita Cavaco durante este braço-de-ferro: “Eu vejo esta senhora todos os dias, de manhã, à tarde, à noite, até no estrangeiro.”

O encontro ocorreu esta quinta-feira durante uma homenagem à farmacêutica Odette Ferreira, perante representantes de várias da áreas da saúde, a que se procure chegar a convergências ultrapassando posições que parecem estanques. Quando discursou, no Museu da Farmácia, em Lisboa, o chefe de Estado pareceu enviar um recado a Ana Rita Cavaco, pedindo convergências para além do ego de cada um:

Vamos procurar as convergências para além daquilo que parecem ser as posições estanques, que são cruciais num determinado momento, e depois se chega à conclusão de que não têm importância nenhuma no fluir da história – nenhuma, rigorosamente nenhuma, a não ser momentaneamente o prazer do ego de um ou outro protagonista”.

Marcelo pediu para fazerem “esse esforço, todos, um bocadinho” e acrescentou: “Vamos pensar sempre nas pessoas.” Já Ana Rita Cavaco disse que o recado de Marcelo sobre a “sensibilidade social” só pode ter como destinatário o Governo porque “sensibilidade social é também sensibilidade com os enfermeiros e o que passam no Serviço Nacional de Saúde”.

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