Por vezes, os designers dos fabricantes de automóveis aproveitam as exibições, como o Salão de Genebra, para testar as águas. Na presença de público e da imprensa, mostram-se novas soluções estéticas, apenas para avaliar as reacções. Mas se foi este o objectivo dos responsáveis pelo estilo da Kia, ao expor o Imagine, este não deverá chegar a ver a luz do dia, uma vez que esteve longe de apaixonar os visitantes.

Com um aspecto compatível com um SUV eléctrico, o Imagine não perde tempo com o que os consumidores tradicionais desta classe de veículos mais apreciam. Nem uma palavra sobre capacidade de bateria, potência dos motores eléctricos, tempo de recarga e autonomia. O fabricante que apresentou recentemente atraentes veículos convencionais como o Sportage, o Stinger ou o Stonic, e até modelos eléctricos como o e-Niro ou o Soul EV, cujos desempenhos em matéria de consumo e de autonomia são entusiasmantes, desta vez optou por mostrar uma proposta menos consensual.

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Quem teve a oportunidade de analisar o Imagine by Kia concentrou-se na estética, que surge abaixo do nível a que a marca nos habituou. E, sobretudo, no curioso sistema de múltiplos ecrãs colocados em frente ao condutor, como se fosse um leque de cartas. Contudo, os 21 ecrãs de alta-resolução móveis são, de acordo com o responsável pelo design interior da Kia, Ralph Kluge, uma forma de satirizar a actual guerra entre alguns fabricantes, ansiosos para liderarem o mercado ao oferecer o maior ecrã do mercado, ou pelo menos do segmento.

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Ainda de acordo com Kluge, os múltiplos displays permitem incrementar a qualidade gráfica destinada a passar informações a quem vai ao volante, permitindo ir mais longe, no que respeita à área útil, do que os sistemas convencionais. Por outro lado, quando se pretende menos informação, é possível reduzir a dimensão da área ocupada pelos displays a um mínimo, mais uma vez, ao contrário dos ecrãs convencionais mais generosos.