Quatro anos depois da chegada a Portugal, Iker Casillas continua sem pensar em reforma. Depois de quase um quarto de século ao serviço do Real Madrid, o guarda-redes espanhol prossegue a sua marca no FC Porto, com quem renovará por mais dois anos. Quem o diz é o próprio, citado pelo AS, à margem de um evento de promoção da liga espanhola, que o considerou um “ícone” de La Liga. O responsável pela continuidade de san Iker é Pinto da Costa que “insistiu que ficasse até aos 40”, segundo o guarda-redes que deixa a garantia de “acabar a carreira aqui” em Portugal.
Com 149 jogos pelo FC Porto, Casillas vive um bom momento. “Estou muito contente com estes anos no Porto. Espero que a temporada continue a correr bem e alcancemos o título de campeão”, confessou. Campeões em título e na luta pela liga com o Benfica, os ‘dragões’ conseguiram alcançar os quartos-de-final da Champions, onde vão encontrar o Liverpool. Casillas admite que os portistas terão “um caminho difícil” a percorrer para continuar em prova. “Vamos defrontar uma equipa que foi finalista no ano passado, joga muito bem futebol e está a competir pela Premier League com o Manchester City”, explica Iker.
O percurso do FC Porto contrasta com o do antigo clube de Iker. O Real Madrid caiu aos pés do Ajax nos oitavos-de-final, algo que já não acontecia desde 2009/2010 quando, na altura, sucumbiu frente aos franceses do Olympique de Lyon na mesma eliminatória. Para Casillas, que ao serviço do Real venceu três Ligas dos Campeões, seria especial defrontar o antigo clube. “Gostava muito de jogar contra o Real Madrid. Seria especial pelo carinho que tenho pelos madridistas“, disse Casillas. Apesar de reconhecer a raridade que é ver o Real ser eliminado nos oitavos, Iker não desvaloriza o feito do FC Porto. “Conseguimos passar aos quartos e o Real não. É futebol”, remata o guarda-redes.
Ainda sobre o antigo clube, Casillas mostrou-se satisfeito com a chegada de Zidane porque entende que o regresso do técnico francês é um “motivo de alegria para os adeptos” do Real. Perante os jornalistas presentes, o guarda-redes abordou também o momento de forma daqueles que agora guardam a baliza madrilena. “[Keylor Navas] foi um grande guarda-redes e tinha de o ser para conseguir três Champions seguidas. Não é fácil e esteve a um nível impressionante. Courtois também está com muitas ganas e ambição. Quem ganha é o Real Madrid”, confessa.
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Regresso a Espanha e à seleção?
Com a presença num evento oficial da liga espanhola seriam inevitáveis perguntas sobre um eventual regresso ao país vizinho, mesmo com as notícias que davam conta da sua renovação com o FC Porto. Casillas enalteceu a liga que agora desfruta “como adepto”, mas afasta um eventual regresso. “Já o disse quando saí que acabei a minha carreira no Real Madrid. Vir para Espanha vai ser impossível porque o único clube onde me vejo a jogar é no Real“, explica.
Já sobre a seleção, Iker não é tão peremptório e admite que a La Roja “não é uma etapa que encerrou”. Depois de três anos sem ser chamado a representar as cores de Espanha, Casillas diz respeitar as decisões do agora selecionador Luís Enrique, mas lembra que a sua posição é diferente. “Respeito todos os meus companheiros que decidiram deixar a seleção por considerarem que deviam encerrar a sua etapa lá. Acho que um guarda-redes é diferente, mas respeito todas as decisões do selecionador”.
Sobre o regresso de Jesús Navas, que não era chamado à seleção espanhola há cinco anos, Iker Casillas não se mostrou surpreendido. “Parece-me bem. O Jesús Navas demonstrou que podia voltar, deu luta e foi chamado”. A chamada do jogador do Sevilha não esmoreceu a esperança de Casillas que admite entender as escolhas do selecionador. “Deve levar outros jogadores por considerar que são melhores ou estão mais aptos do que outros. Mas quando temos esperança, porque não?”, pergunta Iker.
Iker Casillas nunca é um homem 100 objetivos. “Bom, bonito, mas deixa-me um pouco triste”, ironizou