São duas as teorias sobre as causas do incêndio da Catedral de Notre-Dame que mais geram consenso entre os investigadores franceses responsáveis por descobrir as origens do fogo. De acordo com o The New York Times, as chamas terão tido origem ou num curto-circuito, ligado aos sinos eletrificados da Catedral, ou em beatas abandonadas pelos trabalhadores de restauro que estavam a realizar obras de manutenção no exterior da igreja.
Só esta quinta-feira houve autorização para os investigadores entrarem na Catedral, após se garantir a estabilidade da estrutura, mas já foram interrogadas dezenas de pessoas, incluindo trabalhadores das obras, responsáveis das empresas de restauro — Europe Echafaudage e Le Bras Frères — funcionários da Catedral, arquitetos e trabalhadores governamentais.
Incêndio em Notre Dame: o que é que já se sabe e o que falta saber
Será difícil para os investigadores encontrarem provas físicas, explicou uma fonte governamental não identificada à mesma publicação. A intensidade do fogo e as toneladas de água utilizadas para o extinguir terão destruído muitas das marcas que explicariam a origem do incêndio.
Ambas as empresas de restauro garantiram à Reuters que seguiram os protocolos de segurança, segundo os quais é proibido fumar no local de restauro ou nas estruturas de apoio ao mesmo. No entanto, a polícia francesa encontrou beatas nos andaimes montados junto ao telhado da Catedral.
Notre Dame. Valor de reconstrução é incalculável, mas já há 400 milhões de euros prometidos
Depois do incêndio que devastou parte do monumento, o presidente Emmanuel Macron disse: “Juntos vamos reconstruir a Catedral”. Na quarta-feira, o primeiro-ministro francês anunciou um concurso internacional de arquitetura para a reconstrução do pináculo da catedral de Notre Dame.
Algumas das famílias mais ricas de França, e dos maiores grupos empresariais do país, contribuíram para o estabelecimento de um fundo de restauração, ao cuidado do governo francês, que já conta com 850 milhões de euros. Só o magnata Bernard Arnault doou 200 milhões de euros, horas depois de François-Henri Pinault ter entregue 100 milhões de euros à recolha de fundos.