O número de mortos provocados pelo ciclone Kenneth no Norte de Moçambique pode aumentar acima dos atuais 38, admitiu esta segunda-feira o primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário.
“Tanto o número de pessoas afetadas [cerca de 166.000] como de mortos podem ser um pouco superiores”, referiu esta segunda-feira o governante em conferência de imprensa, em Pemba, após uma visita de três dias à província de Cabo Delgado.
Antes de se pronunciar, as autoridades moçambicanas já tinham aumentado esta segunda-feira o número de mortes de cinco para 38. O primeiro-ministro referiu esta segunda-feira que o trabalho de levantamento de prejuízos ainda não está terminado.
Moçambique. Número de mortos no ciclone Kenneth sobe para 43
“Nós precisamos de fazer um pouco mais de trabalho para chegar onde devemos chegar. Não conseguimos chegar a locais recônditos de Macomia”, distrito que conta já com cerca de 90.000 pessoas afetadas e 31 das 38 mortes contabilizadas. “Deve haver mais problemas” naquele distrito, acrescentou Carlos Agostinho do Rosário.
O primeiro-ministro lamentou também que não houvesse condições para voar até ao Ibo, ilha do arquipélago das Quirimbas com 15.000 pessoas afetadas e duas mortes confirmadas.
As estradas que dão acesso aos cais com embarcações para o Ibo continuam cortadas. “Precisamos de compreender melhor a situação quando o tempo melhorar”, referiu.
Carlos Agostinho do Rosário garantiu esta segunda-feira que as autoridades têm alimentos para distribuir para mais de 168.000 mil pessoas durante os próximos 15 dias e que as maiores dificuldades são de falta de acessibilidades para os distritos mais afetados (Macomia, Quissanga e Ibo).
Apesar de haver previsões de continuação de chuvas fortes até final da semana, nos locais que tinham registado cheias repentinas no domingo, em Pemba e nas imediações, a água já havia hoje recuado, apesar de permanecerem algumas zonas alagadas.