O número de mortos provocados pelo ciclone Kenneth no Norte de Moçambique subiu esta segunda-feira de 41 para 43, anunciaram as autoridades moçambicanas.

A contabilização de pessoas afetadas subiu também de 241.000 para cerca de 250.000, mais de metade das quais em quatro distritos: Macomia (85.225), Mueda (25.680), Chiure (24.435) e Quissanga (21.154). Ainda assim, há uma redução drástica de pessoas concentradas em centros de acomodação.

Há atualmente 12 centros a acolher 3.527 pessoas, cerca de um quinto das que eram contabilizadas na sexta-feira. Na área da educação, há 477 salas de aulas danificadas, a afetar 42.000 alunos, enquanto no setor da saúde houve prejuízos em 19 unidades sanitárias. A contabilização da área agrícola afetada pelo ciclone subiu para 55.488 hectares, mais de metade da qual (28.189 hectares) é dada como perdida.

Há danos em 27.203 habitações, a maioria de construção precária com materiais tradicionais (estacas, capim e barro), das quais 18.179 foram totalmente destruídas.

Os números fazem parte da tabela atualizada do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) de danos provocados pelo ciclone nas províncias de Cabo Delgado e Nampula, à medida que os levantamentos vão sendo feitos em zonas previamente inacessíveis.

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O ciclone Kenneth provocou chuvas intensas especialmente na província de Cabo Delgado a 25 de abril, com ventos que atingiram os 200 quilómetros por hora, um dia depois de ter passado perto da costa norte da ilha da Grande Comore. Pela primeira vez, dois fortes ciclones tropicais atingiram Moçambique na mesma época: o Idai, que provocou mais de 600 mortos no centro do país em março e agora o Kenneth, que passou na noite de 24 para 25 de abril e provocou também inundações repentinas.

UE aprova verba de 1,5 milhões de euros para ajuda humanitária para Moçambique

A União Europeia (UE) aprovou esta segunda-feira uma verba de 1,5 milhões de euros para ajuda humanitária no norte de Moçambique e no arquipélago das Comores, afetados pela passagem do ciclone Kenneth, que provocou mortes e importantes estragos. O novo financiamento irá ser usado para disponibilizar ajuda alimentar, abrigos, água potável e saneamento, entre outros bens essenciais.

“Moçambique está a enfrentar um duplo desastre, depois de um segundo ciclone devastador ter atingido o país no espaço de um mês”, disse o comissário europeu para a Ajuda Humanitária, Christos Stylianides. O comissário sublinhou ainda que a UE vai atuar com rapidez, considerando que Moçambique ainda está a recuperar dos efeitos do primeiro ciclone a atingir o país, o Idai.