É mais uma demissão no núcleo duro de Donald Trump. O procurador-geral adjunto dos Estados Unidos, Rod Rosenstein, apresentou esta segunda-feira a sua demissão. Numa carta enviada à Casa Branca, onde comunica a decisão, o alto funcionário responsável pela escolha de Robert Mueller para investigar as alegadas interferências russas nas eleições dos EUA,  agradece a Trump a “oportunidade de servir” que lhe foi concedida.

“Agradeço pela cortesia e pelo humor que manifestou nas nossas conversas pessoais e pelos objetivos que estabeleceu no seu discurso de tomada de posse: patriotismo, união, segurança, educação e prosperidade”, frisa Rosenstein na mesma mensagem, acrescentando ainda: “Aplicamos a lei sem medo e sem favor porque as provas credíveis não são partidárias e a verdade não é determinada pelas sondagens de opinião”.

O homem que deverá suceder a Rosenstein, como novo procurador-geral adjunto, será Jeffrey Rosen, que estará a aguardar a confirmação por parte do Senado para assumir oficialmente o cargo.

Carta enviada à Casa Branca a comunicar a demissão de Rod Rosenstein

A demissão de Rosenstein terá efeitos a partir do dia 11 de maio, de acordo com a imprensa internacional. “A nossa nação está mais segura, as nossas eleições estão mais seguras e os nossos cidadãos estão mais bem informados sobre os dissimulados esforços e esquemas para cometer fraudes, roubar propriedade intelectual e lançar ciberataques”, pode ainda ler-se na mensagem enviada a Donald Trump.

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Rosenstein, de 54 anos, foi escolhido em 2017 pelo Presidente dos EUA como número dois do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Até aí, esteve 12 anos ao serviço como procurador do Estado do Maryland, tendo passado também pelas administrações de George W. Bush e Barack Obama.

Pedido de demissão de Rosenstein já era esperado

Segundo escreve o Guardian, o abandono de funções por parte de Rosenstein já era esperado, tendo em conta que o agora ex procurador-geral adjunto anunciara que deixaria o Departamento de Justiça assim que a investigação sobre a alegada interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 estivesse concluída — o que já aconteceu há mais de um mês. Aliás, Rod Rosenstein foi responsável pela escolha de Robert Mueller para conduzir a investigação.

Além disso, em janeiro o alto funcionário da Justiça norte-americana anunciara que dali a algumas semanas sairia da Procuradoria, na sequência da saída do antigo procurador Jeff Sessions (afastado então por Trump) e da entrada do atual procurador William Barr.

EUA. Procurador-geral espera até quinta-feira para saber se é demitido

Também em setembro do ano passado, Rosenstein colocou o seu lugar à disposição, depois de o New York Times ter escrito que o vice-procurador-geral dos Estados Unidos admitia a ativação da 25.ª emenda que prevê a substituição de um presidente, quando este não reúne capacidades para exercer o cargo.

Rosenstein terá colocado também a possibilidade de usar um microfone escondido para gravar as conversas com Donald Trump, depois de o Presidente ter demitido o então diretor do FBI, James Comey. Depois disso, Rosenstein foi chamado à Casa Branca e manteve-se em funções. Donald Trump afirmou aos jornalistas que Rosenstein negara a notícia.