A coordenadora do BE considerou hoje que o primeiro-ministro pôs “em causa a estabilidade” do país porque as europeias “estavam a correr mal”, e desafiou o PS a manter o acordo e não se aliar à direita.

Apontando que “talvez o maior fator de credibilidade externa do país tenha sido a estabilidade da solução da maioria parlamentar que se encontrou”, Catarina Martins defendeu que “esta estabilidade não pode ser posta em causa”, alegando que “a credibilidade do país é esta estabilidade”.

“E eu pergunto: como é que o mundo pode compreender que um primeiro-ministro ponha em causa a estabilidade e a credibilidade porque as eleições europeias lhe estão a correr mal?”, questionou.

Considerando que os partidos ainda estão “bem a tempo de ser responsáveis”, a líder do Bloco de Esquerda notou que “há escolhas que têm de ser feitas agora”.

“O apelo que eu faço ao Partido Socialista é tão simples quanto sensato: mantenhamos o acordo, não temos de votar com a direita, mantenhamos o acordo, mantenhamos a forma de respeitar todos os trabalhadores de uma forma gradual, como já tínhamos decidido, como já tínhamos votado em conjunto” no Orçamento de Estado, desafiou Catarina Martins.

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A coordenadora bloquista pediu também aos socialistas que “não se aliem à direita, que é oportunista, que quis sempre cortar salários a toda a gente, no público e no privado, e agora faz umas piruetas a fazer de conta que defende professores”.

“Vamos fazer o que estava combinado. O Bloco de Esquerda não se desviou, esteve sempre a fazer o que estava combinado”, salientou Catarina Martins num comício do BE, em Lisboa.

Alegando que os dois partidos têm tarefas pela frente, a líder advogou que “ninguém perceberia que, por causa de jogos partidários, se abandonasse as responsabilidades”.

Catarina Martins fez estas declarações depois de a líder do CDS-PP ter anunciado que os centristas só votarão a favor, em votação final, do diploma dos professores se forem aceites as condições do partido, como sustentabilidade financeira e crescimento económico.

A posição foi expressa por Assunção Cristas num comunicado, dois dias depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter ameaçado com a demissão do Governo após PCP, BE, PSD e CDS terem aprovado, no parlamento, o diploma para a contabilização total do tempo de serviço dos professores.