O empresário Joe Berardo não quis entregar a coleção de arte como forma de pagamento para a reestruturação dos créditos que celebrou com a Caixa Geral de Depósitos, o BCP e o Novo Banco, noticia o Correio da Manhã. No entanto, segundo o jornal, Joe Berardo chegou a propor vender os quadros mais valiosos e entregar aos três bancos credores as obras menos valiosas.
A decisão de Joe Berardo impediu a chegada a um acordo para reestruturar os créditos com os três bancos, que perdoariam os 962 milhões de euros de dívida Metalgest e da Fundação Berardo caso o empresário lhes entregasse a coleção de arte por completo. Só que os planos do madeirense eram outros. Segundo o Correio da Manhã, que cita fonte conhecedora do processo, “os bancos ficavam com migalhas” caso a proposta de Berardo fosse avante.
Os três maiores bancos avançam com processo contra Joe Berardo
Foi por isso que as negociações foram finalizadas em março e se abriu uma ação executiva no 3º Juízo de Execução de Lisboa em abril. O Correio da Manhã diz que os advogados dos bancos vão tentar chegar à coleção pessoal de Joe Berardo invocando a “desconsideração da personalidade jurídica” da Metalgest e da Fundação Berardo.
Berardo deu aval pessoal que representa a “honra e credibilidade”, mas a Caixa demorou a executar
Foi a essa estratégia que Eduardo Paz Ferreira, antigo presidente do conselho fiscal da Caixa, chamou de “operação kamikaze” na comissão de inquérito ao banco, recorda o Correio da Manhã.