O ex-Presidente do Egito e líder da Irmandade Muçulmana no país, Mohammed Morsi, terá morrido esta segunda-feira em tribunal. A notícia foi avançada pela televisão estatal do país.

Morsi, de 67 anos, foi o primeiro Presidente eleito democraticamente depois da queda de Hosni Mubarak, na sequência dos protestos da Primavera Árabe. Acabaria por ser derrubado em 2013 por um golpe militar, liderado pelo general Al-Sisi, atual Presidente do país.

Morsi foi condenado à morte em 2015, mas a sentença foi revogada por um tribunal superior em 2016. De acordo com a BBC, estava agora a ser julgado num novo processo, por crimes de espionagem e ligações ao Hamas. “Ele pediu ao juiz para falar, o que lhe foi permitido. Depois de a sessão ser dada por terminada, ele desmaiou e morreu. O seu corpo foi depois transferido para o hospital”, noticiou o jornal estatal Al-Ahram, citado pelo The Guardian.

De acordo com o seu filho, Ahmed Morsi, o antigo Presidente estaria a enfrentar vários problemas de saúde que foram “ignorados” pelas autoridades egípcias. “Surgiram muitos relatos recentemente sobre a deterioração grave do estado de saúde do meu pai”, declarou Ahmed à agência turca Anadolu na semana passada.

Em 2018, três deputados britânicos pertencentes ao Painel Independente de Fiscalização de Detenção denunciaram num relatório o estado de saúde do ex-líder, dizendo que poderia levar à sua morte. “As nossas conclusões são negras”, disse um dos deputados, Crispin Blunt, citado pela Al Jazeera. “A negação de tratamento médico básico a que ele tem direito pode levar à sua morte prematura.” O mesmo grupo alertou para o facto de que Morsi estaria a passar 23h por dia em isolamento.

(Em atualização)

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