A operação do Governo do Presidente norte-americano, Donald Trump, para deter e deportar imigrantes ilegais, que deveria começar este domingo, já começou no sábado em Nova Iorque, declarou o autarca da cidade, Bill de Blasio.

O autarca de Nova Iorque confirmou, através de uma mensagem publicada no Twitter, que as operações da imigração e da alfândega já tinham sido iniciadas na sua cidade, no sábado.

De Blasio referiu que as forças da Agência de Imigração e de Controlo de Alfândegas (ICE, na sigla em inglês) não conseguiram deter moradores nos bairros de Sunset Park, no Brooklin, e Harlem.

Defensores dos direitos civis alertaram os migrantes sobre os seus direitos, dando-lhes instruções para não responderem se os agentes baterem à porta, a menos que mostrem um mandado assinado por um juiz. O autarca, que é democrata, disse que a sua cidade não cooperaria com a ICE.

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O Presidente Trump disse na sexta-feira que a operação a nível nacional para identificar, deter e deportar imigrantes que estão ilegalmente naquele país arrancaria hoje, confirmando as informações avançadas pela imprensa norte-americana.

As operações estão previstas em pelo menos 10 cidades de todo o país, incluindo Nova Iorque.

“Eles chegaram de forma ilegal”, disse o chefe de Estado norte-americano em declarações aos jornalistas nos jardins da Casa Branca, afirmando que a polícia dos serviços de imigração “vai enviar (os imigrantes clandestinos) de volta” para os respetivos países.

Segundo Trump, citado pela agência noticiosa Associated Press (AP), os agentes da ICE estarão focados em pessoas com conduta criminosa e naquelas que entraram ilegalmente nos Estados Unidos.

O governante referiu que a operação pretende tornar a situação migratória mais justa para os que aguardam há vários anos para serem cidadãos norte-americanos através de um processo legal.

Esta vaga de detenções e de deportações em massa de imigrantes indocumentados foi inicialmente anunciada a 21 de junho por Trump, mas foi posteriormente adiada em duas semanas sob o pretexto de dar tempo ao Congresso para alcançar um compromisso sobre futuras medidas de segurança para a fronteira sul do país (Estados Unidos/México).

Esta operação tem contornos similares a ações que têm sido realizadas, de forma regular, desde 2003, muitas delas dando origem a centenas de detenções.

A luta contra a imigração ilegal tem sido uma das prioridades políticas de Donald Trump, que já descreveu como uma ameaça à segurança nacional os milhares de migrantes oriundos da América Central que têm tentado entrar nos Estados Unidos nos últimos meses.

Em junho, cerca de 104 mil pessoas foram presas ou colocadas em centros de detenção após terem atravessado ilegalmente a fronteira com o México, menos 40 mil do que em maio.

Reportagens divulgadas pelos ‘media’ norte-americanos e relatórios de ativistas de direitos civis têm denunciado a existência de condições deploráveis nos centros de detenção de migrantes sem documentação nas fronteiras do sul dos Estados Unidos, em muitos casos envolvendo crianças que são separadas dos pais e deixadas em situação de risco.

Segundo o centro de pesquisa norte-americano Pew Research Center, 10,5 milhões de imigrantes viviam ilegalmente nos Estados Unidos em 2017. Quase dois terços vivem no país há mais de uma década.