Um dia depois de Christine Lagarde ter apresentado oficialmente a carta de demissão do cargo de diretora administrativa do Fundo Monetário Internacional (FMI), os ministros das finanças da Alemanha, Itália e França – bem como os governadores dos bancos centrais destes países — estão a discutir numa reunião a norte de Paris os perfis dos potenciais sucessores à atual liderança da advogada, economista e política francesa. E um desses sucessores pode mesmo ser o ministro das Finanças português, Mário Centeno, escreve o Politico.
Fontes francesas afirmam ao site que é “pouco provável” que da reunião desta quarta-feira saia já “um candidato bem definido”, uma vez que têm até ao final de julho para encontrar o candidato ideal. Quase certo é que a liderança do FMI continue nas mãos de um europeu, o 12.º na história da instituição, que cumpre este ano 74 anos.
Jeroen Dijsselbloem, ex-ministro das finanças holandês e antecessor de Mário Centeno na presidência do Eurogrupo, é apontado como favorito pelos funcionários da UE, mas na calha estão ainda nomes considerados “menos experientes” para a função. Além do português Mário Centeno, a ministra da Economia espanhola, Nadia Calviño, e o antigo comissário europeu e presidente do banco central da Finlândia e antigo comissário europeu, Olli Rehn, são os restantes nomes que compõem as quatro possibilidades que serão analisadas na reunião em França.
Ainda que existam discussões preliminares no que diz respeito aos principais candidatos na reunião de ministros das Finanças do G7, cabe aos 24 membros da comissão executiva do FMI decidir sobre o futuro diretor-geral do Fundo.
Apesar das discussões preliminares sobre os potenciais candidatos na reunião dos ministros das Finanças do G7, a decisão final sobre o futuro diretor-geral do FMI é tomada pelos 24 membros da comissão executiva do Fundo.
Christine Lagarde vai deixar de ser diretora administrativa do FMI a 12 de setembro e apresentou a demissão depois de ser escolhida para líder do Banco Central Europeu (BCE). Apesar de não ser um processo imediato, depois de ter sido indicado o nome da francesa, será discutido e recomendado pelo Eurogrupo e de seguida aprovado pelo Conselho Europeu. Finalizadas as formalidades, seguem-se as consultas ao Parlamento Europeu e ao conselho de governadores do BCE.
Caso a nomeação de Christine Lagarde se verifique, será a primeira líder feminina do BCE. A antiga ministra das Finanças, Indústria e Emprego francesa lidera o FMI desde 2011.
A hipótese colocada pelo Politico coloca Portugal com dois antigos ministros das Finanças a cruzarem-se nos corredores da instituição. Vítor Gaspar é há cinco anos diretor do Departamento de Assuntos Orçamentais do FMI.