A Huawei Portugal vai abrir em setembro um centro de suporte de serviços para redes 4G e 5G para a Europa, para o qual estão a ser contratados 30 engenheiros, anunciou o presidente executivo da subsidiária portuguesa.

Este é o “único” centro nesta área específica da Europa, afirmou o presidente executivo da Huawei Portugal, Tony Li, num encontro com jornalistas em Lisboa.

O objetivo deste centro é “otimizar as redes de 4G e 5G”, explicou, por sua vez, Samuel Ferreira, responsável pelas soluções wireless (sem fios, em português) e 5G (a quinta geração de comunicações móveis) da Huawei no mercado português.

Com a contratação dos 30 engenheiros, a Huawei Portugal vai passar a contar, no final do ano, com 150 trabalhadores.

Samuel Ferreira adiantou que este centro de suporte de serviços vai servir mercados europeus como a Alemanha ou Reino Unido, entre outros.

Tony Li não avançou o investimento realizado neste novo centro.

O impacto económico da Huawei Portugal em 2018, o que inclui investimento, impostos e compras a fornecedores locais, entre outros, foi de 159 milhões de euros, uma subida de “40% face a 2017”, referiu o presidente executivo.

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No ano passado, as receitas da Huawei no mercado português ascenderam a 235 milhões de euros, uma subida de 30% face aos 180 milhões de euros registados em 2017.

Este ano também “vamos ter de certeza um crescimento”, acrescentou o presidente executivo, sem adiantar detalhes.

Um novo centro 4G e 5G que deixa questões

O Observador questionou a Huawei no final da manhã desta quinta-feira sobre que habilitações terão de ter os 30 novos engenheiros que agora vão ser contratados, quantos esperam ser portugueses, quantos destes novos funcionários vão trabalhar em permanência no centro e como sustentam a afirmação do impacto económico de 159 milhões na economia portuguesa, perguntas que não foram respondidas. Relativamente aos serviços que o centro vai ter, também não foram avançadas mais informações.

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A Huawei, por ser uma empresa chinesa, tem estado no centro do conflito económico entre a China e os Estados Unidos da América. Depois de um decreto executivo dos EUA, emitido no final de maio, a proibir negócios com a Huawei, pondo a empresa numa lista negra, a desconfiança teve um forte impacto internacional nas vendas.

O embargo foi entretanto levantado após o encontro do G20, no Japão, entre os presidentes Donald Trump, pelos EUA, e Xi Jiping, da China, com norte-americanos e chineses de volta à mesa de negociações para tentarem pôr um fim à guerra comercial. Contudo, estas conversas ainda estão num impasse.

Em relação a Portugal, à semelhança daquilo que têm feito com outros países, os norte-americanos alertaram para os perigos de a Huawei poder estar a utilizar a tecnologia que vende — de infraestruturas de rede e outros produtos — como método de espionagem a favor do governo chinês. A Huawei tem, reiteradamente, negado essas acusações.

*Artigo atualizado às 23h03