Não tarda, o menu das reuniões da administração da Daimler, que tem na Mercedes a sua principal marca, vai mudar dos pratos tipicamente germânicos, das salsichas aos pretzel, passando pelo delicioso eisbein, para o shop suey com molho de ostras, entre outras especialidades da gastronomia chinesa. Tudo porque depois de Li Shufu, o dono da Geely e da Volvo, entre muitas outras, ter adquirido cerca de 9,69% da Daimler em 2018, agora vem a Baic anunciar que comprou mais 5%.

Segundo a Reuters, a Baic, parceira desde sempre da incursão da Mercedes pelo território chinês, terá pressionado o fabricante alemão de modo a permitir-lhe comprar 5% da empresa, acima de tudo para não ser ultrapassada pela rival Geely. De recordar que não foi a Geely quem comprou os 10% da Daimler, mas sim o seu proprietário, Li Shufu, a quem os alemães venderam depois 50% da Smart, que passará a ser exclusivamente eléctrica e fabricada na China. Em 2018, Shufu comprometeu-se a não adquirir mais acções no mercado, mas resta saber agora se mantém a sua palavra, depois desta entrada de um concorrente chinês no board da Daimler.

A Geely é uma empresa privada – apesar deste conceito ser algo vago na China –, enquanto a Baic é propriedade do Estado chinês, o que pode ser uma boa notícia, se a administração da Daimler acreditar que os chineses vão conduzir os seus negócios sempre de forma exemplar.

Os 5% agora adquiridos equivalem a um investimento de cerca de 2,5 mil milhões de euros, uma verba importante, mas não para um país como a China. Veja aqui como ficou a estrutura accionista.

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