À semelhança do que aconteceu com os veículos ligeiros, também os pesados, tanto de passageiros como de mercadorias, têm de dar o seu contributo para a redução das emissões. Se nos automóveis a solução passou sobretudo pela adopção de motores eléctricos, alimentados pela energia armazenada a bordo em baterias, para os camiões os construtores defenderam inicialmente outra solução, devido ao elevado peso e custos dos acumuladores que seria necessário ter a bordo.

De início, a estratégia passava por produzir a electricidade dentro dos próprios camiões, através de células de combustível a hidrogénio, solução que permitiria reduzir o peso, face às baterias, alargando assim a capacidade de carga dos veículos pesados. Mas agora parece que a opção pelas baterias está a ganhar força. Esta é a conclusão a retirar do anúncio realizado pelos grupos Volvo (independente da Volvo Cars), Daimler (essencialmente Mercedes) e Traton (VW e as suas marcas Man e Scania), que se associaram para criar uma rede pública europeia de postos de carga para pesados.

Os três grupos construtores declararam que pretendiam investir 500 milhões de euros para instalar pelo menos 1700 pontos de carga nas principais auto-estradas (ou junto delas) da União nos próximos cinco anos.

A Volvo veículos pesados já tinha apontado 2040 como o ano em que pretendia atingir zero emissões de CO2 (de efeito estufa), para em 2050 cortar por completo com todas as emissões, o que implica abandonar por completo os motores de combustão. As concorrentes Daimler Trucks e Traton Group surgem juntas e em sintonia neste projecto, com o CEO da Traton, Matthias Gruendler, a afirmar à Reuters que a Europa necessita de 10 mil milhões de euros para assegurar a necessária infraestrutura de carga para cobrir a totalidade do Velho Continente.

Ainda que a rede de carga para camiões a bateria vá avançar, tal não implica que os construtores envolvidos tenham colocado de lado os pesados a fuel cell de hidrogénio. A Volvo e a Daimler estão a trabalhar em conjunto para concretizar a produção de células de combustível a hidrogénio para os camiões a comercializar na Europa, já a partir de 2025.

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