Se até aqui era a Daimler AG a gerir o negócio dos camiões e dos automóveis do grupo alemão, a partir de agora passam a existir duas entidades distintas. De um lado, a Mercedes-Benz Group AG passa a gerir os automóveis Mercedes e Smart (neste último caso apenas 50%, pois a restante quota da marca já foi vendida aos chineses da Geely, o maior accionista do grupo alemão), para do outro surgir a Daimler Trucks, que se vai encarregar dos camiões.

A decisão que levou à separação dos dois negócios não é meramente cosmética, pois visa permitir um spin-off do negócio dos veículos pesados e lançá-los na bolsa de Frankfurt durante o próximo ano. A Daimler Trucks inclui os camiões e autocarros Mercedes, mas igualmente as marcas Freightliner, Western Star e a Fuso, ex-Mitsubishi que possui uma fábrica em Portugal de onde saem veículos eléctricos. Com o lançamento em bolsa, a Daimler pretende alienar uma parte do negócio, visando sobretudo reunir o capital de que necessita para fazer evoluir rapidamente o negócio de ambos os sectores, especialmente o dos automóveis.

Daimler muda de nome e separa carros de camiões

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A Mercedes-Benz Group AG mantém-se em bolsa, onde a Daimler AG já está, alterando contudo a denominação de “DAI” para “MBG”. A decisão de separar as duas companhias foi tomada numa reunião geral extraordinária de accionistas, a 1 de Outubro, com o CEO do grupo, Ola Källenius, a salientar que “a medida visa reforçar o foco estratégico na concepção e produção dos automóveis mais desejáveis do mundo”.

Aprovado pelos accionistas: Daimler coloca camiões de um lado e carros do outro

A separação do negócio dos carros e dos camiões foi motivada, de acordo com Källenius, “por serem negócios muito diferentes, com clientes específicos, diferentes tecnologias e distintas necessidades de capital”, sendo os carros mais exigentes neste domínio.

A Mercedes-Benz Group AG ainda manterá uma pequena percentagem na Daimler Trucks AG, com os accionistas da antiga Daimler a receber acções da nova empresa de automóveis, mais uma acção extra dos camiões. O resto será alienado em bolsa, para realizar o capital de que o construtor necessita. Resta saber como será o comportamento dos maiores accionistas da empresa, para ver até que ponto o dono da Geely, Li Shufu, aproveita para incrementar os seus actuais 9,7%, ou se os chineses da BAIC, que pertence ao Estado, aproveitam para se destacar do rival Geely e aumentam os 9,98% que controlam.