O analista de sistemas informáticos Edward Snowden, que denunciou a vigilância massiva nos EUA e foi acusado de espionagem, vai publicar as suas memórias em 17 de setembro, simultaneamente em 20 países, anunciou esta quinta-feira o seu editor francês.

A obra original intitulada “Permanent record”, totalmente escrita por Snowden, será publicada pela Metropolitan books (Macmillan) nos Estados Unidos em 17 de setembro. A versão francesa “Mémoire vive” surgirá nas edições du Seuil, ao mesmo tempo que no Brasil, Reino Unido, Alemanha ou ainda Taiwan.

Na capa francesa deste livro-testemunho surge a cara juvenil de Edward Snowden, funcionário da Agência de Segurança Nacional (NSA), acusado de alta traição pelos Estados Unidos e exilado na Rússia desde 2013 após ter divulgado detalhes de vários programas que constituem o sistema de vigilância global da NSA.

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“Edward J. Snowden decidiu aos 29 anos sacrificar o seu futuro pessoal para o bem do seu país”, declarou John Sargent, presidente do Macmillan USA, citado no comunicado da editora du Seuil. “Demonstrou assim uma imensa coragem, e, quer se queira ou não, é uma fabulosa história americana. Não há dúvida que o mundo está mais seguro e cuidadoso devido ao que fez”, prosseguiu.

Em 2013, Edward Snowden revelou a existência de um sistema de vigilância mundial de comunicações e de internet. Os Estados Unidos acusaram-no de espionagem e apropriação de segredos do Estado.

O realizador norte-americano Oliver Stone dirigiu um filme em 2016 sobre a sua vida, com Joseph Gordon-Levitt no papel de protagonista, e Snowden também surge em “Citizenfour”, o premiado documentário de Laura Poitras.