Donald Trump recuou na sua última ameaça em relação à China. Este domingo, à margem da cimeira do G7, em Biarritz, o Presidente norte-americano garantiu aos jornalistas que não tem qualquer plano, “neste momento”, para recorrer ao mecanismo que lhe permitia obrigar as empresas norte-americanas a sair da China.
O recuo acontece apenas dois dias depois de Trump ter ordenado à empresas que procurassem “imediatamente” uma alternativa ao mercado chinês. No Twitter, o Presidente norte-americano especificou que as empresas deveriam voltar para os Estados Unidos e passar a fabricar todos os seus produtos no país. Depois, ameaçou com novas tarifas aos produtos chineses.
….better off without them. The vast amounts of money made and stolen by China from the United States, year after year, for decades, will and must STOP. Our great American companies are hereby ordered to immediately start looking for an alternative to China, including bringing..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) August 23, 2019
Agora, questionado sobre se tinha tido dúvidas sobre essa postura agressiva e se tinha pensado melhor, respondeu que isso é natural, até porque tem dúvidas sobre tudo. “Porque não?”, questionou, explicando que agora as conversações com Pequim estão a melhorar.
Estamos a dar-nos muito bem com a China, neste momento. Estamos a falar. Penso que eles querem chegar a um acordo muito mais que eu.”
O Presidente não excluiu, ainda assim, a possibilidade de voltar atrás e renovar a ordem às empresas norte-americanas. Trump diz que, para isso, só precisa de declarar uma emergência nacional: “Bom, tenho o direito de fazer isso. Se eu quiser, posso declarar uma emergência nacional”.
Na sexta-feira, os tweets de Trump tiveram efeitos imediatos na bolsa. O Dow Jones desceu 2,3%, o S&P 2,6% e o Nasdaq 3%, uma das maiores registadas este mês. O impacto sentiu-se também nas tecnológicas. A Apple, por exemplo, que precisa do mercado chinês, teve uma queda de 4,6% nas ações.