O presidente da comunidade ruandesa em Moçambique, Louis Baziga, considerado próximo do regime do Presidente do Ruanda, Paul Kagame, foi assassinado a tiro esta segunda-feira nos arredores de Maputo, noticiaram as televisões moçambicanas.

O jipe todo-o-terreno em que seguia foi intercetado e baleado por pessoas com armas de fogo quando seguia na Estrada Nacional 4 (EN4) na cidade da Matola, subúrbios da capital moçambicana. Testemunhas relataram ao canal privado STV que pelo menos dois homens agiram rapidamente, disparando contra o jipe e fugindo logo depois.

O corpo da vítima “chegou sem vida” ao Hospital Provincial da Matola, com sinais de ter sido alvejado várias vezes, referiu Jéssica Matos, chefe das urgências, ouvida pela Televisão de Moçambique (TVM).

Baziga já tinha sido alvo de uma tentativa de assassínio em 2016 por parte de três ruandeses, refugiados em Moçambique, por motivações políticas e divergências religiosas relacionadas com uma igreja no município da Matola. Depois de detidos, justificaram-se, alegando que Louis Baziga estava em Moçambique ao serviço do Governo do Ruanda para perseguir refugiados.

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Nos últimos anos, vários adversários políticos de Kagame exilados no estrangeiro foram mortos ou alvo de tentativas de assassínio atribuídas ao regime de Kigali.

Paul Kagame, antigo líder da milícia ‘tutsi’ Frente Patriótica do Ruanda (FPR), entretanto convertida em partido político, dirige o país com mão de ferro desde 2000. Em agosto de 2017, Kagame foi reeleito com 98,7% dos votos numas eleições marcadas por irregularidades, segundo organizações internacionais.

O Governo do Ruanda é acusado por várias organizações de defesa dos direitos humanos de detenções extrajudiciais, repressão de opositores e ataques aos meios de comunicação.