A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, respondeu esta sexta-feira às críticas do ministro Mário Centeno com o aviso de que “quem quer pontes, não as queima”, salientando que o partido não está arrependido dos últimos quatro anos.
Em Barcelos, após uma visita a um bairro social recentemente requalificado, Catarina Martins mostrou-se “agradada” por o programa do BE “estar no centro do debate e das preocupações do PS”. “Não sei se o Partido Socialista está arrependido destes quatro anos, nós no Bloco de Esquerda não estamos”, referiu.
Aludindo às declarações do ministro das Finanças, Mário Centeno, que acusou esta sexta-feira o BE de ter um problema “endémico” com as contas, Catarina Martins disse que o Bloco tem um programa com contas certas e devolveu as críticas ao PS, acusando-o de ter apresentado um programa “sem contas”.
Fico agradada pelo facto de o programa do BE estar no centro do debate e das preocupações do PS, alguma coisa estamos a fazer bem. Apresentamos compromissos claros e contas certas e ainda bem que assim é. É bom apresentarmos os compromissos claros, o que queremos fazer, quanto é que custa, é assim que o BE tem agido”, referiu.
Acrescentou que o PS começou por apresentar “um programa sem contas” e que agora apresenta contas sem “qualquer capacidade orçamental” para cumprimento das suas promessas.
Voltando à solução governativa dos últimos quatro anos, a líder do BE congratulou-se com o acordo alcançado, vincando que ele “não permitiu que as pensões fossem congeladas, que as empresas pagassem menos à Segurança Social ou que o despedimento fosse facilitado, como o PS tinha no seu programa em 2015”.
“Conseguimos trabalhar juntos, valorizar salários, valorizar pensões, começar a fazer um caminho diferente para o nosso país com mais dignidade para quem trabalha. Estamos orgulhosos do caminho que fizemos”, sublinhou.
Em relação às críticas que o PS tem feito ao Bloco, Catarina Martins respondeu assim: “quem quer fazer pontes, não as queima”. Sobre a habitação social, Catarina Martins disse ser possível que “pelo menos 60 mil casas” sejam recuperadas nos próximos quatro anos.
Para a líder do Bloco, essa intervenção garantiria a eficiência energética, a poupança na conta da luz dos moradores e 7.000 postos de trabalho. “Não podemos continuar décadas com a habitação do Estado absolutamente abandonada”, disse ainda.