Depois de comercializar 14.000 unidades da primeira geração do Juke, ao longo dos seus nove anos de vida, a Nissan apresentou a sua segunda geração, cheia de novos atributos. Como aliás seria de esperar, uma vez que quando o SUV do segmento B surgiu em 2010 não tinha concorrência, e hoje há pelo menos 24 modelos similares a disputar este segmento do mercado, que figura entre os que mais cresce.
O novo Juke mantém a linha geral do modelo que substitui, mas ainda assim saltam à vista as alterações que o tornam mais moderno, atraente e funcional, ou não tivesse ele crescido 7,5 cm no comprimento, 10,5 cm na distância entre eixos – o que deixa antever mais espaço para quem se senta atrás –, 3,5 cm mais largo e com mais 3 cm em altura. Além de mais agradável à vista, o novo SUV tem ainda um aspecto mais tecnológico, para o que contribuem os faróis circulares – uma assinatura tradicional da primeira geração do modelo –, mas agora 100% LED.
A base para o Juke é o mesmo chassi que já serve o novo Clio e que vai ser utilizado ainda este mês no futuro Captur, que além de lhe permitir maiores dimensões, assegura igualmente a possibilidade de recorrer a motorizações híbridas (como vai acontecer no Clio) e híbridas plug-in, que o Captur estreará. As vantagens de recorrer a um chassi mais moderno traduzem-se por ganhos no peso, com o novo Juke a ser mais leve 30 kg, apesar de ser maior em todas as dimensões.
Mais espaço e mais hi-tech
Se por fora o novo Juke agrada, o habitáculo não lhe fica atrás, especialmente nas únicas versões a que tivemos acesso, as mais equipadas da gama. À frente, o tablier usa melhores materiais, que se estendem aos painéis das portas anteriores, com um painel de instrumentos digital a facilitar a leitura e a aumentar a quantidade de informação passada a quem vai ao volante. Ao centro, por cima da consola, existe agora um ecrã com maior, com melhor definição e mais funcional.
Os bancos são envolventes e confortáveis, com a possibilidade de montar nas laterais dos encostos de cabeça altifalantes, que fazem parte do sistema de som premium da Bose. Quem se senta atrás tem mais espaço para as pernas, uma das críticas mais vulgares à anterior geração, mas também em altura, não tendo nós sentido qualquer dificuldade em ali sentar o nosso 1,75 metros, sem contudo tocar no forro do tejadilho. Para terminar, a mala tem agora 422 litros, em vez dos anteriores 354 dm3. Passou assim das mais acanhadas do segmento para a segunda maior.
Os serviços Nissan Connect vão convidar a uma maior interacção com o carro, via a nova aplicação da marca, que permite selecionar um destino no telemóvel e enviá-lo para o veículo, para que a navegação esteja pronta a conduzir-nos ao destino. O wi-fi a bordo é de série em todas as versões e pago pelo construtor durante três anos, apresentando a partir daí um custo menor, face às facilidades que garante. Entre outras funções, garante que a Nissan consegue actualizar softwares de menor importância, como já acontece no Clio, do sistema de navegação à multimédia.
O novo Juke proporciona ainda ligação facilitada ao Android Auto e ao Apple CarPlay, mas igualmente ao Google Home, o que abre a porta para uma série de soluções. Pelo seu lado, a aplicação permite controlar à distância a pressão dos pneus, se as portas e a mala estão ou não fechadas e o veículo trancado. Isto enquanto o condutor beneficia agora do maior número de assistências à condução num Nissan, do Lane Centering ao Cruise Control Activo, com a possibilidade de usufruir de piloto automático em condições de trânsito.
Só um motor, mas melhor do que antes
Se o antigo Juke oferecia uma gama de motores, para o final nenhum deles ser muito adaptado às necessidades dos condutores nacionais, o novo Juke só tem um motor – de momento, para em 2020 vai receber uma versão híbrida plug-in, que vai estrear primeiro no Captur –, mas este encaixa-se na perfeição nas necessidades dos condutores nacionais. Trata-se do 1.0 Turbo a gasolina, com três cilindros, que fornece 117 cv e pode estar associado a uma caixa manual de seis velocidades ou a uma automática de dupla embraiagem e sete velocidades, de origem Renault.
Tivemos oportunidade de conduzir ambas as soluções, tendo conseguido um consumo médio de 5,2 litros/100 km, em auto-estrada a 100 km/h. Quando o regime aumentou para 120 km/h, o consumo subiu para 5,8, mas sempre dentro de valores que não ficam longe do que seria possível para um motor a gasóleo. Contudo, se abusássemos do acelerador, a média crescia em sintonia, como é habitual nos motores sobrealimentados a gasolina.
O comportamento é muito mais eficaz e equilibrado do que na geração anterior, sem comprometer o conforto, a ser um prazer utilizar a caixa de dupla embraiagem e sete velocidades – tanto mais que tem embraiagens húmidas, o que a torna mais suave e progressiva –, em vez das habituais CVT de variação contínua a que a Nissan recorre.
Mais versões, mas preço competitivo
O novo Juke abriu as encomendas em Setembro, mas apenas em Novembro começará a chegar aos clientes. Versões de equipamento há cinco, com a Visia a ser a mais acessível, a que se segue a Acenta e depois a N-Conecta. Para os mais exigentes surrgem duas versões que se equiparam em preço, mas não em filosofia. Referimo-nos à N-Design e à Tekna, a primeira mais luxuosa e personalizável, enquanto a segunda é mais tecnológica, incluindo as ajudas à condução.
O Visia será o mais acessível, proposto por 19.900€, para o Acenta exigir mais 1.150€, o N-Connecta mais 1.550€ e o N-Design e o Tekna serem propostos por mais 1.800€. A versão de lançamento, denominada Première Edition e que só 40 unidades (das 4.000 produzidas) vêm para Portugal, é proposta por 27.200€ com caixa manual e 28.700€ com caixa DCT7. Apesar do preço elevado, estas versões podem ser adquiridas mediante um sistema de crédito com mensalidades a partir de 160€, a 48 meses.