Sete pessoas morreram na violência pós-eleitoral na Bolívia que levou à renúncia do presidente Evo Morales, informou o procurador-geral na terça-feira, num novo balanço das autoridades.
Duas pessoas morreram em La Paz (oeste), duas em Santa Cruz (leste) e três em confrontos em Cochabamba (centro), disse Juan Lanchipa, que anunciou investigações a cada um desses casos. Destas, quatro foram baleadas.
O anterior balanço apontava para três mortes em resultado da onda de violência que surgiu após a reeleição de Morales a 20 de outubro.
A Bolívia atravessa uma grave crise desde a proclamação de Evo Morales como Presidente para um quarto mandato consecutivo, marcadas por suspeitas de fraude eleitoral, denunciada pela oposição e movimentos da sociedade civil.
Os confrontos entre apoiantes e opositores do Presidente da Bolívia causaram ainda pelo menos 384 feridos.
A senadora da oposição Jeanine Áñez assumiu a Presidência interina da Bolívia, depois da renúncia de Evo Morales no domingo, numa sessão parlamentar que decorreu sem a presença de representantes do Movimento para o Socialismo.
Añez, uma advogada opositora de Morales de 52 anos, reivindicou o direito de assumir interinamente a chefia do Estado até à realização de novas eleições, dadas as demissões do vice-presidente da República e dos presidentes e vice-presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.
Evo Morales escreveu na rede social Twitter, depois de chegar ao México, que lhe concedeu asilo político, que a proclamação da senadora Jeanine Añez como Presidente interina do país é um “golpe de Estado”, acusando-a de violar a Constituição Política do Estado (CPE).
Denuncio ante la comunidad internacional que el acto de autoproclamación de una senadora como presidenta viola la CPE de Bolivia y normas internas de la Asamblea Legislativa. Se consuma sobre la sangre de hermanos asesinados por fuerzas policiales y militares usadas para el golpe
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) November 13, 2019
Evo Morales renunciou ao cargo no domingo, após quase 14 anos no poder, numa declaração transmitida pela televisão do país.
Evo Morales renuncia ao mandato de Presidente da Bolívia. “A luta não termina aqui”
Morales demitiu-se depois de os chefes das Forças Armadas e da polícia da Bolívia terem exigido que abandonasse o cargo para que a estabilidade e a paz possam regressar ao país.