O ex-presidente do Brasil, Lula da Silva, voltou a ser indiciado numa investigação no âmbito da Operação Lava Jato, por corrupção e lavagem de dinheiro. O inquérito da Polícia Federal brasileira foi concluído na segunda-feira e, além de Lula da Silva, também o ex-ministro António Palocci, Paulo Okamoto (ex-chefe de gabinete de Lula e presidente do Instituto Lula) e Marcelo Odebrecht foram indiciados pelos mesmos crimes.

Em causa estão os donativos da construtora Odebrecht ao Instituto Lula, entre dezembro de 2013 e março de 2014. Durante esses meses terão sido transferidos quatro milhões de reais — o equivalente a mais de 880 mil euros — da Odebrecht para o instituto a que o ex-presidente dá nome.

Segundo as conclusões do inquérito da Polícia Federal, citadas pelo portal brasileiro G1, “as evidências mostraram que os recursos transferidos pela Odebrecht sob a rubrica de ‘doações’ foram abatidos de uma espécie de conta-corrente informal de luvas mantida pela construtora”, num registo semelhante ao que aconteceu com as alegadas luvas destinadas à aquisição dos terrenos para construção do edifício para o Instituto Lula.

Os movimentos de contas estavam todos registados numa tabela Excel que era gerida por Marcelo Odebrecht. Para a Polícia Federal, há “indícios robustos da origem ilícita dos recursos, da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, considerando o pagamento de vantagem indevida a agente público em razão do cargo por ele anteriormente ocupado”.

Os donativos da Odebrecht ao Instituto Lula foram realizados de “forma registada e formal”, mas os montantes saíram da conta de luvas, gerida por Marcelo Odebrecht, que, em troca, via a sua empresa beneficiada nos negócios com a Petrobras.

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