O Comité de Ética e a Comissão de Governo Societário da NOS decidiu chamar os três administradores não executivos da operadora citados no escândalo Luanda Leaks.

De acordo com o Jornal de Negócios, que avança com a notícia esta quarta-feira, esta decisão foi tomada antes de uma reunião do conselho de administração da NOS sobre o caso, que se realizou esta terça-feira ao final do dia. O advogado de Isabel dos Santos, Jorge Brito Pereira — que é presidente do conselho de administração da operadora — Paula Oliveira, amiga próxima da empresária, e Mário Leite da Silva, braço direito de Isabel dos Santos, serão ouvidos no próximo dia 27 de janeiro (segunda-feira).

Os nomes destes três administradores surgiram ligados à filha do ex-presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no caso Luanda Leaks. Isabel dos Santos é suspeita de ter transferido pelo menos 115 milhões de dólares (mais de 100 milhões de euros) para uma empresa no Dubai. As transferências para esta empresa, criada por Jorge Brito Pereira e que tinha como diretores Mário Leite da Silva e Paula Oliveira, foram justificadas como pagamentos de serviços de consultoria feitos à Sonangol.

Investigação internacional acusa Isabel dos Santos de alegadamente ter desviado 115 milhões de dólares da Sonangol

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Esta segunda-feira, o advogado de Isabel dos Santos — que está ligado à firma Uría Menéndez-Proença de Carvalho — garantiu que nunca teve “qualquer intervenção que não a de constituir formalmente a sociedade” Matter Business Solutions, a empresa no Dubai para onde foram transferidos os 115 milhões de dólares. Ainda que tivesse “poderes latos e abrangentes” sobre a empresa, Jorge Brito Pereira assegurou que esses poderes “nunca foram por qualquer forma exercidos”, com exceção da própria criação formal da sociedade empresarial.

Advogado de Isabel dos Santos diz nunca ter “controlado” nem “exercido poderes” na Matter Business Solutions

A ZOPT, empresa que detém 52% da NOS, pertence a Isabel dos Santos e à Sonae — tanto a empresária como o grupo liderado por Cláudia Azevedo detêm 50% da holding. A Sonae já tinha demonstrado preocupação com o escândalo Luanda Leaks na segunda-feira, garantindo que “tudo fará para garantir que a empresa [operadora de telecomunicações] tem a estabilidade necessária”.

Sonae está “preocupada” com caso Luanda Leaks e diz que “tudo fará para garantir” a estabilidade na NOS