A compra de ações do Sport Lisboa e Benfica está em suspenso porque a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está há três meses a enviar perguntas ao clube que envolvem Luís Filipe Vieira e os acionistas visados pela Oferta Pública de Aquisição (OPA) por dúvidas nos preços e suspeitas de conflito de interesses. A notícia foi publicada na manhã desta quinta-feira no Jornal de Notícias.

Em causa está sobretudo a ligação empresarial entre o presidente do clube e José António dos Santos, o maior acionista privado no Benfica, prossegue o mesmo jornal. Os dois empresários e as mulheres são sócios nas mesmas duas imobiliárias, a Sul Crescente e a Palpites e Teorias, que têm planos para o Algarve.

Entre as perguntas que têm sido enviadas pela CMVM está uma dúvida sobre o preço estabelecido para as ações — cinco euros, um valor muito acima do que é normalmente praticado e que está 2,22 euros acima do que estava estabelecido uma semana antes do lançamento da oferta. Além disso, acrescenta o JN, tendo em conta que é Luís Filipe Vieira quem decide o valor da ação, a CMVM quer saber se isto constitui um conflito de interesse por ter algum benefício quando o presidente do clube abandonar o cargo.

Fonte anónima do Benfica entrevistada pelo JN desvaloriza ambas as suspeitas. Sobre o preço das ações, afirma que ele “até está abaixo do real valor das ações” do clube e que “não é por acaso que José António dos Santos diz que não vende e até compra”. Quanto à segunda questão da CMVM, a mesma fonte comenta: “Sabe-se lá se quando o Vieira sair, o preço não será maior que os cinco euros? Nesse caso, perderia dinheiro”.

Em declarações ao Público na quarta-feira, José António dos Santos confirmou que comprou “largas centenas de milhares de euros” em ações: “Repare, não estou a dizer que não podia vender. Podia ser um belíssimo negócio para o Benfica, mas para mim era um mau negócio. Estas ações têm um potencial de valorização muito forte”, justificou.

Ao Expresso, Luís Filipe Vieira já tinha comentado que não via qualquer conflito de interesse na questão levantada pela CMVM: “Não vejo nenhum conflito de interesses, mas certamente as entidades reguladoras competentes saberão responder e determinarão os termos legais em que a operação pode decorrer.

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