A Huawei, a Sony e outra marcas de smartphones apresentaram esta segunda-feira novos equipamentos mesmo com o Mobile World Congress (MWC), o maior evento de smartphones do mundo, cancelado por causa do coronavírus. A empresa chinesa lançou a partir de Barcelona, onde deveria decorrer o evento, o novo telemóvel topo de gama dobrável, o Mate XS, que vai custar 2.500 euros, novos tablets, computadores portáteis MateBook e routers (os aparelhos que permitem ter internet sem fios nas casas). Já a japonesa Sony aproveitou o dia para, através de uma conferência por stream, anunciar o Xperia 1 II e o Xperia 10 II.

Maior evento de smartphones do mundo cancelado devido ao coronavírus

Nem o coronavírus vai atrasar o lançamento de um novo dobrável da Huawei, o Mate XS

Richard Yu, o presidente executivo da Huawei, subiu a palco em Barcelona para falar do novo Mate XS o smartphone dobrável com ecrã de 8 polegadas quando desdobrado (tem 6,6 na frente e 6,38 polegadas na parte traseira quando está dobrado), da empresa chinesa. Este modelo de telemóvel é o sucessor do Mate X, o telemóvel dobrável da Huawei que foi anunciado em 2019 no MWC, mas nunca chegou a ser lançado no mercado ocidental.

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O novo smartphone dobrável da Huawei é mais fino do que o Mate X e tem um processador mais rápido. Quando está desdobrado, tem um ecrã de 8 polegadas

O Mate XS tem o novo processador Kirin 990 5G feito pela marca (resumidamente: é muito rápido e permite ao utilizador conectar-se às redes 5G). Segundo a Huawei, este componente faz deste o smartphone o mais rápido a nível de conectividade. Quanto ao sistema operativo, o Mate Xs utiliza o Android 10, com EMUI, o software que da marca que adiciona as suas funcionalidades e modo de funcionamento ao Android. Contudo, não será lançado com todos os serviços Google, como a loja de aplicações. O Mate XS tem 8GB de memória RAM e 512GB de memória interna. Ao contrário do antecessor que foi disponibilizado apenas na China, vai ser “vendido globalmente”, incluindo Portugal, a partir de março, disse Richard Yu.

Huawei diz que já tem 68 apps portuguesas na sua loja de aplicações, a AppGallery

À semelhança dos anos anteriores, a Huawei utilizou este evento de fevereiro para revelar novos portáteis MateBook, os Series D (com 13,6 e 14 polegadas) e o MateBook X Pro, os seus computadores que utilizam o software Microsoft com um design bastante semelhante aos MacBook, da Apple, mas com uma câmara que sai do teclado. Além disso, divulgou um tablet, o MatePad Pro, o produto com que quer concorrer com o iPad Pro (tem também um design semelhante, mas há uma versão com conectividade a redes 5G).

O novo tablet da Huawei tem um ecrã de canto a canto com um furo pequeno para a câmara frontal. O equipamento não tem instaladas aplicações da Google como a loja de apps PlayStore

Andrew Garrihy, diretor global de produto da Huawei, afirmou no evento que 2020 é o “ano que esperavam”. A empresa afirmou no evento que está a apostar no seu software próprio e está a investir milhares de milhões de dólares na investigação destes produtos. Desde 2019 que Huawei tse virou para esta nova aposta para poder colmatar a falta de programas da Google — a empresa está impedida de lançar grande parte dos produtos Android, o sistema operativo da Google, devido ao embargo dos EUA.

EUA e o 5G em Portugal: aceitar a Huawei levanta “uma questão de direitos humanos”

Ao Observador, Ana Lorena, responsável de marketing da Huawei Portugal, disse num evento que marca realizou no Parque das Nações, em Lisboa, para dar a conhecer as novidades, que “a prioridade [da Huawei]” é o Android. Mesmo com embargo, e com a aposta numa loja de aplicações própria, a AppGallery, para os seus dispositivos, o objetivo continua a ser “investir para trazer as melhores apps para os consumidores”. Quanto às acusações dos EUA, que ainda na semana passada afirmaram em Portugal que a empresa está a mando do governo chinês e “não respeita os direitos humanos“, a responsável da marca referiu: “São questões políticas e nós somos uma marca comercial”. Segundo Ana Lorena, “os consumidores querem, acima de tudo, bons produtos, e é o que a Huawei tem dado”.

Sony divulga novos Xperia. O 1 II, o sucessor do Xperia 1 que vai ter 5G, e o Xperia 10 II

Em 2019, a Sony divulgou o Xperia 1. Agora, em 2020, a empresa japonesa aproveitou esta altura em que devia estar a decorrer o MWC para anunciar o Xperia 1 II. O novo smartphone tem um ecrã OLED de 6,5 polegadas que suporta imagens 4K HDR e um formato 21:9 (mais esguio) para se ver filmes (uma característica dos smartphones da Sony).

Em 2019, a Sony apresentou a gama de smartphones Xperia 1 no Mobile World Congress (MWC)

O smartphone tem um processador Snapdragon 865 (dos mais rápidos, atualmente), 8GB de memória RAM e até 256GB de capacidade de memória interna. A Sony promete que a capacidade da bateria, de quatro mil miliampéres, promete ser suficiente para mais de um dia de utilização normal. À semelhança de equipamentos anteriores, o Xperia 1 II tem resistência IP68 à água e poeiras. O smartphone vai ser lançado no mercado durante a Primavera e é o primeiro telemóvel da Sony que vai ter uma versão 5G.

O Xperia 10 II tem um ecrã mais esguio e comprido a pensar no formato dos filmes, como os outros smartphones da Sony

Além deste Xperia 1,  a Sony anunciou ainda o Xperia 10 II, também resistente à água. O Xperia 10 II tem um ecrã de 6 polegadas e uma lente traseira tripla para fotografias. Por fim, a Sony aproveitou esta segunda-feira para divulgar o  Xperia L4, um modelo com menos especificações, e bateria, que será o novo equipamento de gama baixa da marca.

Mesmo com o MWC cancelado, que deveria começar oficialmente esta segunda-feira, outras marcas, como a Vivo, mantiveram para esta semana as conferências que tinham agendadas para divulgar os seus novos smartphones. Outras empresas, como foi o caso da Nokia ou da Oppo, adiaram as suas apresentações para outras datas.