“Estamos a caminhar em direção a um adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, que de qualquer forma serão realizados em 2020.” Esta foi a ideia principal passada pelo Comité Olímpico Internacional (COI) no seguimento de uma reunião geral por videochamada realizada este domingo.

Depois de várias semanas de intransigência, esta é a primeira vez que os organizadores das olimpíadas falam de um eventual “plano B”, isto depois de vários países já terem pedido o cancelamento ou adiamento da prova.

No comunicado resultante desse encontro anunciam que no espaço de um mês será decidido o futuro do mega-evento desportivo — a 15 de abril o COI irá comunicar se sempre se mantêm as datas de 24 de julho a 9 de agosto ou se (e quando) será tudo adiado.

Entre as hipóteses a serem analisadas está a do adiamento (o cenário mais provável) e a realização num formato mais pequeno. A competição feita à porta fechada também é um cenário possível (se bem que é o menos provável, conta o Corriere della Sera).

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O adiamento da prova, o tal “plano B”, faria com que os jogos atrasassem cerca de um mês, passando a ocupar a janela temporal inicialmente reservada para os Jogos Paraolímpicos (entre 25 de agosto e 6 de setembro). De qualquer forma, a intenção do COI é que jogos nunca aconteçam fora de 2020. Na pior das hipóteses o evento desportivo é adiado para outubro.

Esta é a primeira vez que Thomas Bach, o responsável máximo do COI, admite o adiamento. No comunicado divulgado este domingo o mesmo Bach explica os problemas deste cenário:

“A reunião de hoje não foi capaz de determinar uma nova data para os Jogos Olímpicos devido a uma série de desenvolvimentos incertos: por um lado há um melhoramento geral da situação que podemos ver em vários países graças às severas medidas que estão a ser aplicadas; por outro, ainda há países que estão a batalhar contra um cenário muito adverso.

Ao contrário do que acontece com outros eventos desportivos, adiar os Jogos Olímpicos é um desafio extremamente complexo. Vários locais imprescindíveis para a realização dos Jogos podem não voltar a estar disponíveis, por exemplo. Há milhões de ‘noites’ já reservadas em hotéis que se transformarão num imenso problema de gestão em caso de cancelamento. É ainda importante ter em conta que os calendários desportivos internacionais de pelo menos 33 desportos olímpicos teriam de ser alterados.

Estes são apenas alguns dos vários desafios que estariam pela frente. ´por tudo isto que lançámos hoje esta discussão  de forma a que seja possível avaliar os recentes desenvolvimentos e a forma como eles podem condicionar a a segurança da humanidade e a realização dos Jogos Olímpicos.

Estamos a ponderar um cenário de adiamento e estamos a trabalhar arduamente. Acreditamos que esta discussão chegará a um desfecho dentro das próximas quatro semanas.”