Ninguém devia estar propriamente “surpreendido” com as ações que as forças de segurança começaram este sábado. O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, tornou sexta-feira público o despacho a proibir deslocações de fim de semana e na Páscoa e o comunicado era claro: “não serão toleradas as chamadas deslocações de fim de semana”. Ainda assim há quem não tenha percebido a mensagem, nem esta nem aquela que as autoridades de saúde não cessam de repetir: a única forma de parar o contágio é ficando em casa.
A GNR está a recordar aos condutores que “a Covid-19 não vai de fim de semana” e a PSP lembra que o argumento do “passeio higiénico” não se aplica a deslocações de Lisboa à Costa da Caparica “para um café”, por exemplo.
“Ainda temos uma fatia da população, pequena mas ainda significativa, que ainda não mudou de forma relevante os seus comportamentos. Que acha que pode dar passeios e ir tomar cafés. Estão desprotegidas e a expor-se aos riscos de contágio e a multiplicar as redes de contágio a nível comunitário. Estamos a tentar com que mudem definitivamente o seu comportamento”, esclareceu, Nuno Carocha à Rádio Observador.
Em Lisboa, além da saída pela Ponte 25 de Abril, outro dos pontos onde a PSP tem “uma grande operação montada” é a Avenida Marginal, no sentido Lisboa-Cascais. “Também há muitas pessoas a tentar aceder à marginal no sentido Cascais. É preciso que se reduza ao mínimo as deslocações para fora do domicilio”, afirmou Nuno Carocha.
No cumprimento do despacho do ministério da Administração Interna, todos os comandos da Polícia de Segurança Pública estão a “realizar ações de controlo junto dos condutores” e ainda “policiamento apeado” de forma a interpelar quem passeia nas ruas. “É um esforço crucial para o cumprimento das diretrizes da Direção-Geral da Saúde”, aponta o porta-voz que recorda, uma vez mais, a importância do recolhimento a casa: “É vital, para interrompermos as cadeias de contágio, que as pessoas se desloquem o menor número de vezes para fora do domicílio e que o façam durante o tempo estritamente necessário”.
Também a Guarda Nacional Republicana se encontra, através de meios dos “comandos territoriais de norte a sul do país” a fiscalizar as deslocações dos portugueses. Ao Observador, o porta-voz da GNR, Tenente Hélder Barros esclarece que se trata de uma “grande operação a nível nacional”.
“Temos em curso uma grande operação a nível nacional, de sensibilização e fiscalização dos condutores, sobretudo dos que saem das grandes cidades e, em especial, dos que se dirigem ao Algarve”, esclareceu Hélder Barros acrescentando que estão a recordar as pessoas que “a Covid-19 não vai de fim de semana”.
As ações da GNR centram-se nas autoestradas: A1, A2, A3 e A4 e para domingo está prevista uma a fiscalização dos “regressos às grandes cidades”.
Na operação, que se deverá repetir em todos os fins de semana e no período específico da Páscoa, a GNR mobilizou os destacamentos de trânsito e da Unidade Nacional de Trânsito.
Segundo a PSP, até cerca das 16 horas ainda não tinha sido identificado ninguém pelo crime de desobediência que se aplica a quem tem obrigatoridade de estar no domicílio: doentes com Covid-19 e quem está sob vigilância das autoridades de saúde. Segundo o boletim da DGS deste sábado, estão sob vigilância 19.927 portugueses.