Os fisioterapeutas a trabalhar nas Unidades de Cuidados Intensivos são insuficientes face às necessidades decorrentes da Covid-19, afirmou esta segunda-feira associação do setor, manifestando disponibilidade para reforçar a resposta do Sistema Nacional de Saúde (SNS).

“A fisioterapia é essencial nos doentes infetados [com o novo coronavírus], inclusivamente em contexto crítico, e intervém na condição respiratória de pessoas não só em ventilação espontânea, mas também em pessoas em ventilação mecânica invasiva e não invasiva”, defendeu a Associação Portuguesa de Fisioterapeutas, em comunicado.

De acordo com a estrutura associativa, o papel do fisioterapeuta é reconhecido pelas entidades internacionais, que referem a fisioterapia como primordial na otimização da ventilação e oxigenação dos pacientes.

“Existe indicação para a avaliação e intervenção da fisioterapia, mesmo na fase aguda da doença nas Unidades de Cuidados Intensivos, e a sua atuação potencia ganhos, não só em saúde, mas também a nível económico, através da diminuição do tempo de hospitalização da pessoa com pneumonia provocada pela Covid-19”, lê-se no documento.

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A associação alega que o papel do fisioterapeuta nestas unidades é “uma realidade na maioria dos países da Europa e fora dela“.

Neste sentido, considera fundamental “a disponibilização de uma bolsa de fisioterapeutas, que já se voluntariaram para contribuir para o aumento da resposta às necessidades evidentes do Serviço Nacional de Saúde face a esta pandemia”.

A bolsa inclui 63 fisioterapeutas com experiência prévia em Unidades de Cuidados Intensivos, que “possuem as competências necessárias para intervir na pessoa infetada com cCovid-19”.

O mecanismo, segundo a mesma fonte, contempla outros 210 fisioterapeutas voluntários, “experientes na gestão de pessoas com doença respiratória em diferentes contextos”, aos quais será dada “formação específica” em cuidados intensivos, “já em operacionalização”, para aumentar a capacidade de resposta do SNS.

A associação indica que apresentou já a proposta ao Ministério da Saúde e à Direção Geral da Saúde e que aguarda indicação para operacionalizar a disponibilização destes recursos humanos.

A pandemia de Covid-19 matou pelo menos 34.610 pessoas no mundo inteiro desde que a doença surgiu em dezembro na China, segundo um balanço da AFP às 11h, a partir de dados oficiais.

Portugal regista esta segunda-feira 140 mortes associadas à covid-19, mais 21 do que no domingo, e 6.408 infetados (mais 446), segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).