Três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foram detidos na manhã desta segunda-feira pela suspeita do homicídio de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa, segundo confirmou fonte oficial do SEF em comunicado enviado às redações.

Na sequência do caso, o Ministério da Administração Interna determinou à Inspeção Geral da Administração Interna a abertura de um inquérito à Direção de Fronteiras de Lisboa do SEF e tanto o diretor como o subdiretor de fronteiras de Lisboa foram demitidos e alvo de processos disciplinares.

De acordo com a TVI24, os três inspetores detidos devem comparecer perante um juiz de instrução ainda esta segunda-feira para conhecerem que medida de coação lhes será aplicada.

Em causa estará o alegado homicídio de um cidadão ucraniano que desembarcou no aeroporto de Lisboa, com um visto de turista, no dia 11 deste mês, vindo da Turquia. A notícia do crime foi revelada no domingo à noite pela TVI, que explica que o SEF barrou o cidadão ucraniano quando este tentava passar a alfândega para entrar em território português, decidindo que o homem deveria regressar à Turquia no voo seguinte.

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O cidadão ucraniano terá reagido mal a este impedimento de entrar em território português — a TVI fala de um ataque epiléptico —, sendo levado pelo SEF para uma sala de assistência médica nas instalações do aeroporto, depois de ter passado por um hospital na cidade de Lisboa. Aí, de acordo com a TVI, inspetores do SEF tê-lo-ão torturado e agredido até à morte.

PJ suspeita de homicídio de cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa

O corpo do homem só foi encontrado na manhã seguinte e, segundo os registos da PJ, foi encontrado deitado no chão, de barriga para baixo, algemado e com sinais de agressões violentas. Segundo a TVI, os inspetores do SEF nunca chamaram a PJ.

O SEF confirma que a 12 de março ocorreu “o óbito de um cidadão estrangeiro” no “Espaço Equiparado a Centro de Instalação Temporária (EECIT) do Aeroporto de Lisboa” e que a morte foi comunicada de imediato ao DIAP de Lisboa e à Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI).

O organismo diz ainda que está “tomou de imediato as medidas previstas em sede disciplinar”. Os três inspetores que tinham o cidadão ucraniano à sua guarda são os principais suspeitos do crime e podem arriscar uma pena de prisão de até 25 anos por homicídio qualificado. O crime está a ser investigado pela PJ, que já apreendeu as imagens de videovigilância que registam os acessos à sala onde o homem foi encontrado morto.