Estima-se que cerca de 25% dos infetados com o novo coronavírus não mostre quaisquer sintomas da doença, o que, segundo o diretor do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos EUA (C.D.C.), Robert Redfield, representa uma dificuldade acrescida na hora de perceber a trajetória do vírus que dá origem à doença Covid-19, bem como que medidas de mitigação a adotar.
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Em entrevista à rádio National Public Radio, citada pelo The New York Times, Redfield explica que tais circunstâncias estão a fazer com que o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças do país esteja a considerar ampliar as suas diretrizes sobre quem deve ou não usar máscara. Apesar de o instituto ter afirmado repetidas vezes que os cidadãos apenas devem usar máscaras quando estão doentes, os novos dados relativos a pessoas que podem estar infetadas e assintomáticas, isto é, que podem estar a transmitir o vírus dias antes de se sentirem doentes, estão a fazer com que essas recomendações estejam efetivamente a ser revistas.
Maior especialista em coronavírus da China: “Grande erro da Europa é não usarem máscaras”
Recentemente, o diretor-geral do Centro Chinês de Controlo de Doenças avisou que o grande problema nos EUA e na Europa passa por desincentivarem o uso de máscaras. À revista Science, George Gao explicou que o “vírus é transmitido por gotículas e pelo contacto de proximidade” e que as “gotas desempenham um papel muito importante, daí ser necessário usar uma máscara, porque quando as pessoas falam, há sempre gotículas a sair da boca. Como muitas pessoas têm infeções assintomáticas ou pré-sintomáticas, se usarem máscaras, podem impedir que gotículas que transportam o vírus saiam e infetem outras pessoas”.
Em Portugal, a Direção-Geral de Saúde tem desaconselhado o uso de máscara, alegando a “falsa sensação de segurança”. Também a Organização Mundial de Saúde é defensora de que apenas os doentes, os suspeitos de infeção e os prestadores de cuidados aos infetados devem munir-se de máscaras.
O número de vítimas mortais pelo novo coronavírus nos Estados Unidos da América atingiu um novo recorde esta terça-feira: de acordo com os dados recolhidos pela Universidade Johns Hopkins, foram as 865 as pessoas que morreram de Covid-19, elevando para 3.873 o número total de mortes desde o início da pandemia. O número de vítimas mortais ultrapassa já as provocadas pelo 11 de Setembro.