O plano para salvar empregos na UE, que está a ser trabalhado pela Comissão Europeia, deverá ter disponível entre 80 a 100 mil milhões de euros — o equivalente a metade do que Portugal produz num ano — para emprestar aos governos que vejam o desemprego disparar por causa da pandemia. Os números são avançados pelos jornais El País e Financial Times, que citam fontes comunitárias.

A medida foi apresentada esta quarta-feira pela presidente da Comissão Europeia, através de um vídeo, mas sem referir valores nem dar grandes detalhes. Ursula von der Leyen explicou que este pacote de ajudas, apelidado de SURE (o que significa certo, seguro ou confiante em inglês), pretende “ajudar Itália, Espanha e todos os outros países que estão a ser duramente atingidos” pela pandemia, servindo como alternativa aos “lay off”. As empresas “não devem suspender os contratos dos seus funcionários, devem continuar a empregá-los, mesmo com menos trabalho”, diz Von der Leyen

“Durante esse período, os trabalhadores podem, por exemplo, obter novas competências que beneficiarão a empresa e a si mesmos”, sugeriu presidente da Comissão Europeia. Dessa forma, “mais trabalhadores vão permanecer nos seus empregos durante a crise do coronavírus e vão voltar a ter trabalho permanente assim que o bloqueio termine” e a economia comece a recuperar. Esta medida, aliás, terá “um impacto positivo na economia”, garante Ursula von der Leyen.

Esta não é, contudo, uma medida preparada em cima do joelho. O El País e o Financial Times revelam que a solução estava já a ser estudada em Bruxelas antes da crise — e, de acordo com o jornal espanhol, estaria mesmo a ser planeado para o último trimestre do ano —, só que a pandemia atingiu a Europa e fez acelerar os trabalhos desta iniciativa.

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O Financial Times adianta que o pacote de ajudas terá limites de valores disponíveis para cada país e deverá basear-se em financiamento europeu aos governos, com garantias de fundos do orçamento comunitário que ainda não estejam alocados a medidas específicas, mas também garantias nacionais.

O jornal britânico teve acesso a um documento interno da Comissão, desta segunda-feira, em que os responsáveis europeus avisam que os números do desemprego temporário “estão a disparar”, tornando “urgente” o apoio comunitário.

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