Um incêndio florestal atingiu este domingo a zona interditada da central nuclear de Chernobyl. Os níveis de radiação estão acima do normal, segundo denunciou o responsável pelos Serviços de Inspeção Ecológica da Ucrânia nas redes sociais. No entanto, o governo nega.

Há más notícias. A radiação está acima do normal no epicentro do incêndio. Como veem no vídeo, os indicadores de aparelhos são 2,3″, lê-se na publicação de Yehor Firsov.

Na sua página do Facebook, o responsável divulgou um vídeo onde se vê um contador de Geiger que mostra valores entre 2.3 e 2.6. As chamas já consumiram 100 hectares de floresta, acrescenta ainda Yehor Firsov.

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Posted by Єгор Фірсов on Sunday, April 5, 2020

Segundo a AFP, os serviços de emergência, que enviaram para o local 130 bombeiros e dois aviões de combate a fogos, referem que os níveis de radiação aumentaram na zona do incêndio —  o que está a dificultar o combate às chamas. No entanto, em comunicado, o Serviço Estatal de Emergências da Ucrânia garante que os valores estão “dentro dos limites normais”.

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De acordo com o jornal Kyiv Post, mais de 140 incêndios deflagraram na região de Kiev nos últimos 12 dias. O que começou este domingo situa-se na Zona de Exclusão de Chernobyl, com cerca de 30 quilómetros, que foi estabelecida após o desastre de 1986. A a zona foi evacuada há 33 anos, apesar de cerca de 200 pessoas ainda viverem no local, ignorando, desde os anos 1980, as ordens que foram emitidas para o abandonarem.

Nos últimos meses, disparou o número de turistas que visitou a zona do desastre e que em agosto de 2019 alcançou os 75 mil visitantes, atraídos pelo “turismo radical” e pelo interesse provocado pela série de televisão “Chernobyl”.

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Em 2016, ficou concluída a instalação do sarcófago de proteção do quarto reator, a maior estrutura dinâmica jamais construída e que garante a segurança do local durante um período de cem anos. Em 2017, os serviços de emergência ucranianos enfrentaram um incêndio na zona perto do terceiro reator da central que foi encerrado em dezembro de 2000.

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A explosão na madrugada do dia 26 abril de 1986 no quarto reator da Central de Chernobyl, três anos antes do colapso da União Soviética, libertou material radioativo que atingiu vários países da Europa ocidental. A radiação continua a afetar milhares de habitantes da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia, além da contaminação dos terrenos numa aérea correspondendo a 200 mil quilómetros quadrados.

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