Foi comunicada esta terça-feira e é descrita como uma exceção apenas para a próxima edição dos Óscares. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas decidiu abrir a competição para Melhor Filme a produções previamente disponibilizadas via plataformas de streaming ou de aluguer.

A decisão foi tomada em consequência do encerramento das salas de cinema por todo o país, devido à ameaça do novo coronavírus. Sem espaços abertos ao público, a norma que estipula que apenas os filmes que estreiam em sala são elegíveis para o mais cobiçados dos Óscares acaba de ficar sem efeito, mas só por um ano.

Até aqui, um filme tinha de ficar em cartaz pelo menos uma semana para poder concorrer à categoria. Processo pelo qual passaram produções como “O Irlandês” e “Marriage Story”, ambas da Netflix e ambas nomeadas este ano para o Óscar de Melhor Filme.

Em comunicado, David Rubin e Dawn Hudson, presidente e diretor executivo da Academia, respetivamente, enfatizaram que o compromisso da instituição com a experiência em sala permanece “inalterado e inabalável”. Steven Spielberg, outro membro do painel de notáveis, frisou a importância de manter uma distinção entre produções que estreiam em sala e as que são lançadas através de serviços de streaming.

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Mas esta é apenas uma das mudanças anunciadas pelo conselho que preside à academia. As categorias de Melhor Edição de Som e Melhor Mistura de Som irão fundir-se numa só, depois constatada a sobreposição com filmes como “Gravidade”, “Mad Max: Estrada da Fúria”, “Hugo”, “Dunkirk” e “Bohemian Phapsody”, entre outros, a arrecadarem ambos os Óscares, nos últimos anos.

Marcada para dia 28 de fevereiro de 2021 — embora a organização se comprometa a fazer as alterações necessárias em função do desenrolar da atual crise sanitária –, a 93ª edição dos Óscares será a altura em que os estúdios irão enviar os filmes para os jurados em formato DVD. A Academia evoca questões ambientais e estes materiais passarão a ser disponibilizados por via digital.

Das salas para o streaming. O surto de Covid-19 começa a interferir nos planos de Hollywood

A categoria Melhor Longa-metragem Internacional (até há bem pouco tempo conhecida como Melhor Filme Estrangeiro) passa a poder ser votada por todos os membros da Academia.

Adicionalmente, para se habilitarem ao Óscares de Melhor Banda Sonora Original, os filmes terão de garantir que, pelo menos, 60% da trilha sonora é de facto original, porção que sobe para 80% no caso de sequelas e de produções que sejam marcas comerciais.