A secção de reformados do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) convocou esta quinta-feira uma manifestação para a próxima quinta-feira, em Lisboa, para exigir a “reabertura imediata” dos serviços médicos dos bancários (SAMS), fechados durante a Covid-19.
“Desde 20 de março que estamos criminosamente privados do acesso aos nossos médicos. Foram despejados do hospital dos SAMS 26 doentes, três dos quais, infelizmente, já faleceram. As promessas de reabertura vão sendo sucessivamente adiadas. Os atendimentos telefónicos deixam-nos a falar para o boneco”, lê-se no comunicado. Por isso, os reformados do SBSI agendaram uma manifestação para 7 de maio, às 15h, na rua Fialho de Almeida, em Lisboa, em frente do centro clínico do SAMS, apelando à participação de todos os beneficiários e utentes dos serviços médicos bancários.
As autoridades têm adiado a sua intervenção inadiável, apesar dos nossos apelos e dos apelos de um conjunto de personalidades que tomaram posição pública contra este escândalo, único a nível mundial no contexto da atual pandemia: um hospital e serviços clínicos fechados e doentes privados do acesso aos seus médicos”, realça a estrutura sindical.
A secção dos reformados do SBSI representa “mais de um terço dos sócios do sindicato” e sublinhou que “há mais de mês e meio que tem vindo a receber diariamente apelos desesperados dos seus representados”, que se encontram na faixa etária de risco no âmbito da pandemia de Covid-19.
Temos vindo a apelar veemente e desesperadamente ao senhor Presidente da República, ao Governo e aos senhores deputados eleitos, para que façam o que está ao seu alcance para que rapidamente seja devolvido aos quase 100 mil beneficiários dos SAMS o acesso ao seu médico e aos serviços dos SAMS”, destacou a entidade.
E informou que vai convidar para intervir na manifestação da próxima semana “um conjunto de personalidades que tomaram publicamente posição em defesa dos doentes dos SAMS e da saúde pública”, como Miguel Guimarães, bastonário da Ordem dos Médicos, Roque da Cunha, secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos, Eduardo Xavier, cirurgião do SAMS, João Duque, presidente do ISEG, Garcia Pereira, advogado, Helena Sacadura Cabral, economista, Inês Pedrosa, escritora, e Moisés Ferreira, deputado do Bloco de Esquerda.
A direção clínica do SAMS encerrou, em março, o hospital e as clínicas, devido à infeção pelo novo coronavírus de doentes e profissionais de saúde em unidades da sua rede.
Portugal contabiliza 989 mortos associados à Covid-19 em 25.045 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia. Relativamente ao dia anterior, há mais 16 mortos (+1,6%) e mais 540 casos de infeção (+2,2%).
Das pessoas infetadas, 968 estão hospitalizadas, das quais 172 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou de 1.470 para 1.519.