A delegação da União Europeia (UE) em Pequim reconheceu ao South China Morning Post que aceitou que fosse censurado um excerto de um texto de opinião, assinado pelos 27 embaixadores da comunidade europeia, por nele haver menção à origem do novo coronavírus.

O excerto em questão foi retirado do texto publicado na versão inglesa do jornal China Daily e o seu correspondente em mandarim não chegou a ir para as bancas. A frase censurada surge em negrito e foi retirada na totalidade:

Mas o surto do coronavírus  na China, e o seu subsequente contágio para o resto do mundo ao longo dos últimos três meses, levaram a que os nossos planos tivessem sido temporariamente postos de lado.”

Em resposta àquele jornal sediado em Hong Kong, fonte oficial da UE disse “lamentar” que o texto não tenha sido publicado na íntegra.

“A delegação da UE na China foi informada de que a publicação só poderia acontecer com o acordo do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China”, respondeu a UE àquele jornal de Hong Kong. Perante esse ponto assente, a delegação da UE na China “expressou a sua preocupação” àquele órgão do Governo “de forma clara, tanto quanto ao processo como à remoção de parte de uma frase relacionada com a origem e o contágio do coronavírus para permitir a sua publicação”.

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E, embora tenha referido na resposta ao South China Morning Post que “continua a defender a imprensa livre”, a UE reconhece que aceitou a publicação sem aquele excerto.

“A delegação da UE decidiu ainda assim proceder com a publicação do artigo com uma relutância considerável, uma vez que considera importante comunicar mensagens importantes referentes às prioridades das políticas da UE, nomeadamente nas alterações climáticas e sustentabilidade, direitos humanos, multilateralismo e na resposta global ao coronavírus”, lê-se ainda nessa resposta.

Leia a resposta da UE na íntegra, no Twitter do jornalista Stuart Lau, autor da notícia do South China Morning Post: