A Sony divulgou esta quinta-feira que vai lançar “o primeiro sensor de imagem com funcionalidade de processamento com inteligência artificial (IA)”. Numa explicação a jornalistas, na qual o Observador participou, a empresa japonesa afirma que esta tecnologia vai tornar os dispositivos que reconhecem imagem quase duas vezes mais rápidos. Ao mesmo tempo, este sensor terá a capacidade de fazer a triagem de dados “resolvendo problemas de privacidade”.

A inclusão da funcionalidade de processamento de IA no próprio sensor de imagem permite o processamento de ponta de AI a alta velocidade e a extração apenas dos dados necessários, os quais, ao usar serviços na nuvem [cloud], reduzem a latência de transmissão de dados, solucionam problemas de privacidade e reduzem o consumo de energia e os custos de comunicação”, diz a Sony.

A tecnológica nipónica afirma que ao inserir a tecnologia de inteligência artificial diretamente no sensor de imagem vai reduzir o envio de dados para processadores externos (na nuvem). Isto é possível por este mecanismo ter a capacidade para extrair rapidamente apenas os dados necessários que o fabricante quiser, diz a Sony. A empresa acredita que, por causa disto, esta tecnologia pode ser utilizada em futuras lojas inteligentes, carros autónomos e até dispositivos para assistentes digitais.

[O vídeo com a apresentação dos sensores]

Ou seja, e num exemplo prático dado pela empresa, se este dispositivo estiver disponível numa câmara de vigilância de um centro comercial e for preciso recolher dados sobre padrões dos consumidores a informação detetada é só a pretendida. Atualmente, para este efeitos, as câmaras capturam automaticamente todos os dados, como a cara das pessoas, para serem processados remotamente.

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O sensores, apelidados de IMX500 e IMX501, vão ter um custo de 10 e 20 mil iénes, respetivamente (aproximadamente 86,3 e 172,6 euros). De acordo com a empresa, esta tecnologia vai permitir “expandir as oportunidades de desenvolver câmaras equipadas com inteligência artificial, permitindo uma ampla gama de aplicações nos setores de equipamentos industriais e de retalho”. Objetivo da Sony é ganhar maior relevo neste mercado para “a construção de sistemas ideais que se conectam à nuvem”. Isto, tanto do ponto de vista da privacidade como da eficiência tecnológica.

O volume de informações processadas na nuvem mostram vários problemas, como: “Maior latência na transmissão de dados, dificultando o processamento de informações em tempo real; preocupações de segurança dos utilizadores associados ao armazenamento de dados pessoalmente identificáveis ​​na nuvem; e questões como o aumento do consumo de energia e dos custos de comunicação na nuvem”, afirma a empresa. Para garantir esta afirmações, a Sony explica que o sinal de recolhido por estes sensores é processado diretamente nestes.

Como é que funcionam estes sensores?

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Como explica a empresa, os sinais recolhidos pelo chip do sensor são executados através de um ISP (processador de sinal de imagem, em português) e o processamento da IA é feitos noutro chip do sensor. Todas as informações extraídas são exibidas como metadados (dados dos dados, explicando de forma resuminda). Isto reduz a quantidade de dados tratados. Ao garantir que que as informações da imagem não sejam produzidas de forma externa isto ajuda a reduzir os riscos.

Além da imagem gravada pelo sensor de imagem convencional, a Sony diz que “os utilizadores podem selecionar o formato de saída de dados de acordo com suas necessidades e usos, incluindo imagens de saída no formato ISP (YUV / RGB) e imagens de extração de uma área específica (ROI).

Esta tecnologia é a primeira a sair de uma nova divisão da empresa nipónica dedicada a soluções para negócios, apelidada de “system solution business division“. O objetivo da empresa, disse a Sony em resposta aos jornalistas, é também poder trabalhar com fabricantes para criar soluções para estes sensores. Apesar de a empresa não comentar sobre que futuras aplicações vai dar a esta tecnologia — por exemplo, se vai utilizar nos robôs Aibo –, afirma estes são “os primeiros sensores de uma nova gama.