A constante preocupação em desinfetar todas as superfícies pode até ser um excesso, mas a Organização Mundial da Saúde continua a recomendá-la nem que seja porque dá maior “tranquilidade à população”. E em excesso porquê? Porque, pelo menos para já, não há provas que permitam concluir que a infeção pelo novo coronavírus — responsável pela Covid-19 — se transmita através do contacto com superfícies contaminadas.
A informação consta do último relatório da OMS, onde é mantida a recomendação de desinfeção das superfícies e objetos “sempre que seja possível”, segundo o jornal El Mundo. Esta informação surge depois de alguns estudos apontarem para a sobrevivência do vírus em algumas superfícies até 72 horas o que justificava a necessidade de desinfeção constante das superfícies ou das mãos logo após tocar superíficies como teclados, maçanetas de portas ou outros.
Covid-19. Quanto tempo é que o vírus sobrevive nas superfícies e no ar?
A OMS recorda que os estudos sobre a sobrevivência do novo coronavírus nas superfícies foram realizados em laboratório “longe das condições do mundo real”, o que pode influenciar a sobrevivência do vírus. “A doença Covid-19 transmite-se principalmente através de um contacto físico próximo ou por gotículas”, pode ler-se no documento da OMS.
“No momento da publicação deste relatório não foi possível retirar conclusões sobre o contacto com uma superfície e o contágio da doença, segundo os estudos disponíveis”, acrescenta a OMS no relatório.
Ainda assim, continuará a ser importante manter a higienização das superfícies com regularidade, segundo as recomendações atuais da direção-Geral da Saúde nos vários locais: ambiente hospitalar, nas empresas, em casa ou nas escolas (com o regresso das crianças às creches e dos alunos dos 11.º e 12.º anos esta segunda-feira).