Andy Palmer liderou a Aston Martin desde 2014 e deixa feito um trabalho impressionante, pois renovou todos os modelos da marca britânica, além de modelos como o DBX, Valkyrie e Valhala. Três veículos que se vão tornar emblemáticos e excelentes para a imagem do fabricante. Porém, o facto de ter feito tudo isto, muito depressa, colocou a empresa numa grave situação financeira, em que a tesouraria passou a ser algo virtual.
As notícias de uma constante falta de fundos levaram os accionistas a livrarem-se das acções a um ritmo mais célere do que a capacidade de aceleração do Valkyrie, que promete ser dos hiperdesportivos mais rápidos do mercado. Isto explica que, em Outubro de 2018, o valor da Aston Martin rondasse 5,45 mil milhões de euros, para na passada semana ter encerrado a 629 milhões de euros. Uma queda de 4,8 mil milhões de euros, o que justifica o afastamento de Palmer.
Para o lugar do gestor britânico irá, segundo o Guardian, Tobias Moers, o CEO da Mercedes-AMG, a divisão dos carros desportivos da marca alemã. A Aston Martin tem há muito boas relações com a AMG, a quem adquire os motores V8 biturbo que utiliza em alguns dos seus modelos, reservando para o topo de gama o mais carismático V16 britânico. Daí que não só os ingleses conheçam bem o trabalho do gestor alemão, como este conheça igualmente bem o estado actual do construtor inglês.
O mais curioso é que Moers, que entrou na AMG em 2013, pode ser considerado o “pai” do AMG One, o hiperdesportivo da Mercedes e o maior rival do Aston Martin Valkyrie. Sucede que enquanto o a bomba inglesa com mais de 1000 cv está pronta e vai começar a ser entregue aos clientes, o AMG One continua à espera que os técnicos consigam que o antigo motor de F1, o 1.6 V6 Turbo, consiga cumprir as normas antipoluição. E ainda sem sucesso.