Joe Biden, candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, demarca-se da postura assumida pelo Presidente Donald Trump em relação aos protestos motivados pela morte de George Floyd, no Minnesota. Num discurso em Filadélfia, Biden disse sentir empatia com os manifestantes e promete tentar sarar as feridas raciais no país, noticia a CNN.

“Não vou negociar no medo e na divisão. Não vou aumentar as chamas do ódio. Vou procurar curar as feridas raciais que há muito tempo atormentam o nosso país e não usá-las para obter ganhos políticos. Farei o meu trabalho e assumirei a responsabilidade — não vou culpar os outros.”

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O antigo vice-presidente, quer afastar-se o mais possível da filosofia seguida por Donald Trump, apostando por isso no tema da campanha para as presidenciais — “a alma da nação”. Biden falou com a família da vítima, visitou um local de protesto na sua cidade natal (Wilmington, Delaware) e falou com os presidentes dos municípios onde ocorreram os protestos, como Atlanta, Chicago, Los Angeles e St. Paul, Minnesota.

E no início do discurso em Filadélfia, o primeiro fora de Delaware em muitos meses, Biden falou da morte de Floyd “como uma chamada de atenção à nação”. “‘Não consigo respirar. Não consigo respirar.’ Foram as últimas palavras de George Floyd. Mas as palavras não morreram com ele. Ainda estão a ser ouvidas. Estão a ecoar pelo país.”

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Trump, por sua vez, apelou aos governadores para que tivessem uma ação mais musculada para parar os protestos. E, na segunda-feira, visitou a igreja episcopal de São João onde posou para a fotografia com uma Bíblia na mão, depois de a polícia ter afastado um grupo de manifestantes pacíficos com gás lacrimogéneo e balas de borracha.

“O Presidente segurou a Bíblia na igreja episcopal de São João ontem. Gostava que ele a abrisse de vez em quando, em vez de apenas a acenar”, disse Biden. “Se a tivesse abrido, poderia ter aprendido alguma coisa.”