Muitos estudantes portugueses no Reino Unido regressaram a Portugal durante o confinamento enquanto investigadores tiveram projetos suspensos e foram colocados em layoff devido à pandemia de Covid-19, adiantou a presidente da associação PARSUK, Márcia Costa.
“Alguns dos estudantes tiveram as aulas presenciais canceladas e muitos regressaram a Portugal durante este período. Alguns investigadores ficaram com projetos suspensos e em ‘furlough’ [contrato de trabalho suspenso]”, disse à agência Lusa.
O confinamento decretado pelo governo em 23 de março determinou o encerramento de universidades e laboratórios de investigação associados, o que levou à suspensão das aulas presenciais e do trabalho científico. A maioria das universidades providenciou aulas e materiais pela Internet, enquanto que muitos investigadores tiveram os contratos suspensos e colocados em layoff, no âmbito do regime criado pelo governo que cobre o pagamento de 80% dos salários até 2.500 libras por mês (2.850 euros).
Por outro lado, durante este tempo, muitos portugueses ligados à medicina e investigação científica envolveram-se no tratamento de pacientes infetados com o novo coronavírus e no estudo da doença.
A PARSUK tem vindo a promover o trabalho destes compatriotas e também procurado manter o contacto social com os membros em iniciativas como o visionamento e discussão de filmes.
No sábado realiza a 13.ª edição do Luso, o encontro anual onde normalmente se juntam dezenas de membros para trocar experiências pessoais e profissionais e debater temas relevantes para as suas carreiras.
Devido às regras de distanciamento social e restrições em vigor, o evento será realizado em modo virtual, com um programa reduzido, onde se destacam a intervenção do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e do vice-presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), José Paulo Esperança.
Os cinco projetos vencedores de bolsas de investigação para promover a mobilidade entre Portugal e o Reino Unido vão ser anunciados, na sequência do protocolo assinado no ano passado entre a PARSUK e a FCT.
O Luso 2020 será encerrado pelo embaixador de Portugal no Reino Unido, Manuel Lobo Antunes, e por uma atuação do Orfeão Universitário do Porto.
“Apesar de os eventos virtuais terem a grande vantagem de mais pessoas poderem assistir, para os investigadores conferencias presenciais são extremamente importantes, porque facilitam não só o contacto com os oradores, mas também entre os participantes”, referiu a presidente da PARSUK.
Porém, acrescentou Márcia Costa, o Luso é também uma oportunidade para conhecer novos colegas e rever amigos, “por isso, de certa forma, vamos sentir falta desse contacto social”.